quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A greve dos transportes


Era a terceira greve nas empresas públicas de transportes em três meses e pretendia contestar a reestruturação anunciada pelo Governo, seguida de privatização, que terá como consequência a redução de serviços e de trabalhadores.

Os sindicatos do sector dos transportes apresentaram pré-avisos de greve na CP, CP Carga, Refer, Metropolitano de Lisboa, Carris, Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) e Transtejo/Soflusa.
A paralisação, que começou às 0h, durava 24 horas em todas as empresas, com excepção do grupo Transtejo/Soflusa, onde estava previsto os trabalhadores pararem três horas durante a manhã e a meio da tarde.

Na STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) a adesão à greve foi 65%.
Na Soflusa a greve suprimiu todas as ligações de barco entre Barreiro, Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria, na margem sul do Tejo, e a cidade de Lisboa, durante os períodos previstos.
O metro de Lisboa encerrou as portas às 23h30 de ontem e o serviço só será normalizado a partir das 06h30 de amanhã.

Mas na Carris circularam 71% das carreiras de autocarros e na CP não houve sinal de qualquer impacto. De Norte a Sul do País os comboios circularam como num dia normal, tendo ocorrido uma única supressão, na linha do Sado, durante a madrugada.


Quando o último governo de José Sócrates deixou crescer as yields da dívida soberana para valores inadmissíveis, empurrando o País para a falência, não foi só o Estado que ficou sem conseguir financiar a sua dívida. O sector empresarial público também foi afastado dos mercados financeiros e deixou de obter empréstimos, sobretudo o altamente endividado sector dos transportes.
Sob o peso das críticas dos utentes, que ontem sofreram um brutal aumento no custo dos passes, e cansados pela austeridade, a solidariedade dos trabalhadores dos transportes começa a quebrar.


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