quarta-feira, 20 de março de 2013

Trabalhadores do Estado ganham mais que os privados


O Governo encomendou um estudo sobre as remunerações dos trabalhadores portugueses a uma consultora, a MERCER, e chegou à conclusão que, para algumas profissões — operáros e gestores de topo —, os salários na função pública são inferiores aos do sector privado.
Mas noutras são mais bem pagos — caso dos enfermeiros e, sobretudo, dos professores que, no ensino não superior, recebem mais 595 euros e, no ensino superior, mais 725 euros, em média. O caso extremo são os técnicos de informática que ganham mais 157% no sector público que no privado.



No entanto, é sabido que a qualidade do ensino nas universidades públicas é incomparavelmente superior ao das privadas, com excepção da Universidade Católica.
Também no ensino básico e secundário, e exceptuando os colégios privados de renome, os docentes que vão leccionar para o ensino privado são aqueles cuja graduação profissional não lhes permitiu ser colocados nas escolas públicas.

Não pode, nem vai o Ministério da Educação e Ciência ignorar estes factos.
Aliás, o Governo já anunciou que o programa de rescisões voluntárias vai abranger assistentes operacionais e técnicos, a quem será dada uma indemnização entre 1 salário e 1,5 salário por cada ano de trabalho. São cerca de 213 mil trabalhadores, justamente os que ganham menos relativamente ao sector privado, mas pertencem aos quadros menos qualificados da Função Pública.

Mesmo assim são más notícias para os professores.
Até porque, no próximo ano lectivo, os professores que ficarem sem componente lectiva vão ser enviados para a mobilidade especial, ou seja, ao fim de dois meses passam a receber 50% do salário. O alargamento geográfico dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) ao passarem de 23 para 7 se, por um lado, permitirá reduzir os horários zero, por outro lado poderá obrigar os docentes do quadro ao afastamento da sua residência.

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