domingo, 30 de março de 2014

Derrota do PS nas eleições autárquicas em França
















Anne Hidalgo, candidata socialista à câmara de Paris (e nova presidente da capital), deposita o voto.
AFP/Miguel Medina








Na segunda volta das eleições municipais em França, os eleitores zurziram o governo socialista ao entregarem 155 cidades com mais de 9000 habitantes ao maior partido do centro-direita, o UMP. Entre estas, está Toulouse, a quarta maior cidade francesa, e Limoges que era gerida pelos socialistas desde 1912.

A Frente Nacional de Marine Le Pen obteve o melhor resultado de sempre em eleições locais: conquistou 10 câmaras, no norte, leste e sul do país, e a presidência do 7º sector em Marselha, uma subdivisão administrativa com 150 mil habitantes. A FN ficou até com mais um vereador que o PS.
No entanto, dos principais candidatos da FN, apenas o seu secretário-geral saiu vitorioso, e logo à primeira volta, em Hénin-Beaumont. Os vencedores da noite foram figuras secundárias que beneficiaram de situações especiais, como sejam gestões autárquicas incapazes ou corruptas.

A abstenção atingiu 38%, um nível recorde para umas eleições municipais. Em termos nacionais, a direita obteve 45,91%, a esquerda 40,57% e a extrema-direita 6,87%.

O ainda primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault arcou com o peso da derrota, ao reconhecer a “responsabilidade colectiva” do Governo por não ter conseguido explicar com a “clareza necessária” os motivos porque a recuperação da economia francesa exige tantos sacrifícios.

Já a ala esquerda do PS aponta o dedo ao “Pacto de Responsabilidade”, apresentado pelo presidente François Hollande no início deste ano, que reduz em 30 mil milhões de euros os impostos cobrados às empresas e aos trabalhadores independentes e impõe cortes de 50 mil milhões de euros na despesa pública até 2017 para diminuir o défice público.

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Hollande encaixa a pesada derrota, vai fazer uma remodelação do governo, eventualmente substituindo o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, e segue em frente.
Se não tivesse feito promessas irrealizáveis durante a campanha eleitoral das legislativas de 2012, alguma vez teria chegado ao Eliseu?


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