sexta-feira, 28 de março de 2014

Inspecções aos grandes clientes da banca impuseram mais mil milhões de imparidades





O Banco de Portugal divulgou hoje um comunicado com os resultados da análise dos planos de negócio de 12 clientes relevantes do sistema bancário, no âmbito do segundo exercício transversal de revisão das imparidades das carteiras de crédito (ETRICC 2). O crédito global analisado ascendeu a 8,4 mil milhões de euros. Não foi analisado o crédito concedido a entidades do sector público.

Foi estimada a necessidade de reforço de imparidade e de provisões num valor global de mil milhões de euros, com referência a 30 de Setembro de 2013. Este valor, já reflectido nas contas das instituições bancárias, destina-se a assegurar uma adequada cobertura de riscos relativamente aos 12 grupos económicos abrangidos.

Os trabalhos do ETRICC 2 foram realizados por um auditor independente, de acordo com orientações definidas pelo Banco de Portugal (BdP), e envolveram 55 recursos humanos, dos quais 18 colaboradores do BdP, tendo decorrido entre Outubro de 2013 e Fevereiro de 2014.

ESFG e BES foram responsáveis por quase três quartos das necessidades de provisionamento detectadas pelo ETRICC 2.
O ESFG — holding que controla o BES — foi obrigado pelo Banco de Portugal a registar uma provisão de 700 milhões de euros, após queixas de Pedro Queiroz Pereira, de clientes e de outras instituições financeiras de que estava a colocar dívida de sociedades não financeiras do Grupo Espírito Santo, com riscos desconhecidos, através do BES. Ou seja, estava a usar os clientes do banco para financiar as empresas não financeiras agregadas na Rioforte — holding da área não financeira — que não está cotada.
Por outro lado, o BES já tinha registado imparidades de 28 milhões de euros.

O ETTRIC 2 conclui um ciclo de inspecções transversais desenvolvidas pelo Banco de Portugal desde 2011 para tornar o sistema bancário português mais resiliente. No total, estas avaliações obrigaram os oito maiores bancos nacionais — CGD, ESFG/BES, BCP, Banco BPI, Santander Totta, Banif, Montepio Geral, Crédito Agrícola —, que representam 80% do sistema bancário nacional, a um reforço das imparidades e das provisões de 3,8 mil milhões de euros.

O Governador do Banco de Portugal, desde Junho de 2010, é Carlos Costa.



Exercícios transversais de inspecção



Exercícios transversais de inspecção




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