sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A Arábia Saudita tem um novo rei


A Arábia Saudita foi fundada em 1932 por Abdulaziz al Saud (1876-1953). É uma monarquia absolutista que tem como constituição o Corão, o livro sagrado do islamismo, a bandeira tem inscrita a shahada — Não há deus senão Alá e Maomé é o mensageiro de Alá —, a declaração de fé do islamismo, e possui a segunda maior reserva de petróleo do mundo.

O regime tem a pena de morte por decapitação e lapidação. É frequente a aplicação de penas de mutilação e de flagelação, tendo condenado recentemente um blogger a uma pena de 1000 chicotadas e 10 anos de prisão por defender o debate político e social.

No dia em que esta teocracia tem um novo rei com 79 anos, filho do fundador como todos os reis sauditas (seis) desde 1953, é esta figura esbelta e este discurso moderado que pretendo recordar:


September 20th, 2012

Ameerah al-Taweel sabe vestir-se e comportar-se com elegância, é inteligente e, sobretudo, é culta. É uma figura em que as jovens mulheres trabalhadoras da Arábia Saudita se revêem. Trabalhou na difusão da cultura islâmica e dedicou-se a projectos humanitários e caritativos da fundação do príncipe Alwaleed bin Talal bin Abdulaziz al Saud, com quem foi casada, e defende os direitos das mulheres no único País do mundo onde estão proibidas de fazer quase tudo, até de conduzir um automóvel.

O mentor da fundação é neto do fundador da Arábia Saudita, como o seu nome revela, mas tornou-se o árabe mais influente do mundo graças a investimentos bem sucedidos.
Em 1979, durante a crise do petróleo (1974-85), começou a negociar contratos de construção civil e transacções de propriedades, depois adquiriu um banco saudita e acabou a resgatar o americano Citibank. Hoje tem investimentos a nível internacional em vários sectores desde hotéis, comunicação social e entretimento, passando pela agricultura e retalho, até à petroquímica, aviação e empresas tecnológicas. É o líder do projecto da Torre Jeddah, o edifício mais alto do mundo que vai ultrapassar 1 km de altura, em construção na sua cidade natal à beira do mar Vermelho.


Píxide de al-Mughira, Espanha, Córdova, 968

Jarro em nome do sultão al-Malik al-Nasir Salah al-Din Yusuf, Síria, Damasco, 1259


Painel com cena de jardim, Irão, Isfahan, séc. XVII
Departamento das Artes do Islão, museu do Louvre


A fortuna acumulada permite-lhe espalhar a cultura islâmica e custear projectos filantrópicos a nível mundial.
Subsidiou a construção de centros de estudos islâmicos em universidades europeias e americanas e da ala islâmica do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque. Foi o principal mecenas do novo departamento das Artes do Islão do museu do Louvre, em Paris.
Em 2002 doou 18,5 milhões de libras a famílias da Cisjordânia, depois de uma incursão de forças militares israelitas, e em 2004 contribuiu com 17 milhões de dólares para as vítimas do maremoto no oceano Índico.


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