quarta-feira, 8 de abril de 2015

A visita de Tsipras a Moscovo


Visita de Alexis Tsipras a Moscovo criou a promessa de mais cooperação económica entre a Grécia e a Rússia, em especial na área da energia. O primeiro-ministro grego reiterou a sua oposição às sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia enquanto Putin reafirmou que as contra-medidas russas impostas à UE continuarão a abranger a Grécia.


08/04/2015 - 16:31


Na conferência de imprensa nesta quarta-feira em Moscovo, Tsipras mencionou a “preocupação de responsáveis europeus relativamente a um recomeço de relações com a Rússia”, para sublinhar que a Grécia “é um Estado soberano” e “pode ter uma política externa multifacetada” garantindo, porém, que a Grécia “respeita os seus compromissos perante as organizações internacionais de que é parte”.
O primeiro-ministro grego acrescentou: “A Grécia não é um pedinte que anda de país em país a pedir-lhes que resolvam o seu problema económico, uma crise que não diz apenas respeito à Grécia mas é uma crise europeia”. Putin confirmou que Tsipras não pediu ajuda financeira.

No campo da cooperação económica, Putin e Tsipras falaram de possíveis parcerias na área da energia, turismo e investimento russo na Grécia através das privatizações. Em especial, falaram do gasoduto que Moscovo pretende construir para fornecer gás à Europa via Turquia e que poderia passar pela Grécia. No entanto, nada ficou acordado, ficando dependente de questões técnicas.

Quanto às sanções da UE à Rússia, na sequência da reintegração da Crimeia no território russo, Tsipras disse, mais uma vez, que não concorda e que o ambiente hostil entre o Ocidente e a Rússia poderia “levar a uma nova Guerra Fria”.
Por seu lado, Putin lembrou que 50% das exportações gregas para a Rússia eram produtos agrícolas e que a Grécia foi um dos países mais afectados por estas sanções. “Infelizmente não podemos fazer excepções” e levantar sanções a apenas alguns membros da UE, disse Putin, acrescentando que a solução seria o fim das sanções da UE à Rússia para que a Rússia levantasse as suas próprias sanções.

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A montanha pariu um rato. Tsipras foi a Moscovo jogar a carta russa para pressionar nas negociações com a zona Euro e conseguir desbloquear a última tranche da ajuda financeira à Grécia. Regressou de mãos vazias: Putin só dará dinheiro aos gregos em troca de património público vendido em privatizações e não levanta o embargo aos produtos agrícolas gregos.


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