quarta-feira, 29 de abril de 2015

Henrique Neto considera anormal tantos políticos a contas com a justiça


O candidato presidencial Henrique Neto considerou anormal um país com a dimensão de Portugal ter tantos políticos e altos quadros do Estado envolvidos em casos judiciais.

Henrique Neto falava aos jornalistas após ter sido recebido pelo presidente do PS, Carlos César, na sede nacional do partido, no Largo do Rato, em Lisboa.
O encontro, que durou mais de uma hora, decorreu de forma cordial segundo as palavras do candidato presidencial, tendo-se centrado na análise do sistema político.

Henrique Neto, militante socialista e antigo deputado do PS, lamentou que a maior parte dos portugueses esteja "desiludida com a vida política, com os partidos e com as instituições" na sequência "de escândalos sucessivos".

No entanto, Henrique Neto considerou "que não é normal que um país tão pequeno tenha em prisão preventiva, já condenados, ou à espera [de decisão judicial] um primeiro-ministro, ministros [de vários executivos], um antigo líder de uma bancada parlamentar, directores-gerais e outros altos quadros do Estado", tendo ainda acrescentado:
"Nenhum outro país europeu, mesmo nos maiores, tem um conjunto tão grande de pessoas a contas da justiça como temos em Portugal. Isto não desacredita apenas os partidos, mas também todos os portugueses no plano internacional. Os partidos têm de ser muito claros sobre o que é necessário fazer para dar meios à justiça para cumprir a sua função e, em segundo lugar, têm de deixar claro ao povo que vão mudar e que as relações pecaminosas entre política e negócios serão denunciadas e não voltarão a acontecer."

Confrontado com algumas das suas críticas ao então primeiro-ministro José Sócrates, Henrique Neto esclareceu:
"Já disse montes de vezes — e volto a repetir — que as minhas posições não têm nada de pessoal. Bati-me durante seis anos, porque os governos [socialistas] então em funções cometiam erros graves e tomavam decisões autoritárias que favoreciam grupos económicos.

[Nesse período] havia demasiados socialistas que não reagiam e o PS é um partido de valores e da ética. Portanto, insurgi-me contra aquilo que continuo a considerar um desvio inaceitável do PS. Teria preferido que houvesse energias dentro do PS para fazer a mudança, mas não houve, paciência. Sem deixar de ser socialista, sem deixar de ser militante do PS, apresento-me [na corrida a Belém] como independente."

Questionado sobre um eventual apoio do PS à uma candidatura presidencial do ex-reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa, Henrique Neto afirmou que esse tema não foi abordado no encontro com Carlos César, alegando que os socialistas "têm os seus órgãos próprios, os quais decidirão aquilo que devem fazer". E concluiu:
"Apenas disse que a minha candidatura presidencial avançou autonomamente dos partidos porque já um clima de suspeição e de descrença face aos partidos políticos. A minha candidatura é independente dos partidos."


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Entretanto a brigada do reumático já escolheu o candidato presidencial do PS, nem mais nem menos o falso independente Sampaio da Nóvoa:

Tanto Mário Soares em 2006, como Fernando Nobre em 2011, que foi incentivado secretamente por Soares a concorrer às presidenciais desse ano para tirar votos a Manuel Alegre, ficaram em terceiro lugar nas eleições presidenciais respectivas. Pode ser que igual destino esteja reservado a Nóvoa. A reacção dos leitores do Público no Facebook não podia ser pior.



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