terça-feira, 7 de abril de 2015

In Memoriam Tolentino de Nóbrega


Sem uma imprensa livre não há democracia. Se há, numa região de Portugal, pressões e coacções contra jornalistas, restrições ao acesso às fontes de informação, não há democracia plena, há défice democrático."
Tolentino de Nóbrega


Nasceu no concelho de Machico, na Madeira, em 1952. Licenciou-se na Escola Superior de Artes Plásticas da Madeira e ao longo da sua vida leccionou Geometria Descritiva na escola secundária herdeira da antiga Escola Industrial do Funchal.

Tolentino de Nóbrega começou a actividade de jornalista aos 20 anos, como colaborador no jornal Comércio do Funchal. Presenciou o 25 de Abril, o início da autonomia e toda a história recente da Madeira. Entre 1974 e 1993 integrou a redacção do Diário de Notícias do Funchal. Foi colaborador do Público desde a fundação, em 1990, entrando para o quadro dois anos depois.

O jornalista Vicente Jorge Silva lembra "o papel histórico único" do colega e “grande amigo” dos tempos em que juntos fizeram o Comércio do Funchal, como "representante do que é mais nobre no jornalismo — a capacidade de contar a realidade com tanta verdade quanto for possível e sem depender da versão oficial que se quer impor às pessoas".
Foi alvo de atentados da FLAMA (Frente de Libertação da Madeira), que defendia a independência da região no período pós-25 de Abril, e “sofreu muito ao longo do período jardinista”.
A doença impossibilitou-o de cobrir as primeiras eleições na Madeira sem Alberto João Jardim. Uma impossibilidade que, lembra Vicente Jorge Silva, se abateu sobre quem era "um exemplo absolutamente admirável de resistência ao regime paraditatorial que existiu durante 40 anos na Madeira" e uma pessoa portadora de um "heroísmo quixotesco" numa ilha pequena em que quase todos se curvavam perante "um ditadorzeco".


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