terça-feira, 12 de maio de 2015

A Grécia à beira da bancarrota - I


A Grécia esvaziou a conta de reserva que os países-membros têm junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar o reembolso de 750 milhões de euros devidos ao próprio FMI.
Segundo o jornal Ekathimerini, o FMI teve de dar autorização para que essa conta de emergência no banco central grego pudesse ser usada, e o montante retirado teria de ser reposto dentro de algumas semanas.

Os 188 países-membros do FMI têm duas contas junto da instituição — uma onde as suas quotas anuais são depositadas e uma conta de depósito que pode ser usada em situações de emergência.

Segundo explicou uma fonte governamental grega à Reuters, Atenas utilizou os 650 milhões de euros da conta de depósito de emergência para fazer o pagamento ao FMI.
"Fizemos uso do dinheiro na nossa conta no fundo", disse essa fonte, "e o governo também utilizou cerca de 100 milhões de suas reservas de caixa".

O Governo tem conseguido evitar uma situação de incumprimento, até agora, graças a um decreto que obriga as autarquias e empresas públicas a transferir para o banco central grego todo o excesso de liquidez, ao mesmo tempo que tem adiado pagamentos a terceiros.

O porta-voz do Governo divulgou que, por via deste decreto, o Governo central conseguiu angariar 600 milhões de euros. Contudo a associação de municípios decidiu neste fim-de-semana que não transferirá mais verbas para o Governo central "a menos que o governo reconheça publicamente que o país está em dificuldades", afirmou o seu presidente, Giorgos Patoulis.

Por outro lado, dados revelados ontem mostram que as dívidas do Estado grego ao sector privado subiram mais de 10% em Março, tendo atingido 4,43 mil milhões de euros.



Depois do reembolso de hoje, Atenas tem de pagar, em Junho, mais 1,5 mil milhões de euros ao FMI. Em Julho e Agosto, tem de devolver 3 mil milhões ao BCE.

O ministro das Finanças Yanis Varoufakis disse ontem que a situação de liquidez é "grave" pelo que é "terrivelmente urgente" alcançar um acordo com a troika que permita libertar a última tranche do empréstimo à Grécia, no valor de 7,2 mil milhões de euros, nas próximas semanas.


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Em 25 de Janeiro, apenas 35,5% dos votantes entregaram o voto à coligação radical de esquerda. Todas as sondagens, mesmo as mais recentes, mostram que 75% do povo grego quer manter o euro como a sua moeda.
Suave, consciente e paulatinamente, o Syriza está a empurrar a Grécia para a saída do euro — o GREXIT.


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