quarta-feira, 24 de junho de 2015

A privatização da TAP - IV


A assinatura do contrato de venda de 61% da TAP realizou-se hoje no Ministério das Finanças. Maria Luís Albuquerque e António Pires de Lima assinaram o documento pelo Governo, Humberto Pedrosa e David Neeleman pelos compradores.

Um Neeleman radiante pediu aos portugueses para confiarem nos novos donos da TAP que reconhecem a importância da empresa para Portugal, confirmou a vontade de reforçar as ligações ao continente americano, voando para mais destinos nos Estados Unidos e no Brasil, e prometeu fortalecer o hub português:

24 Jun, 2015, 09:43

Humberto Pedroso, dono da Barraqueiro, garantiu que ele e David Neeleman têm um projecto ambicioso para a empresa, mas sólido e realista, deixando uma promessa: "Somos empreendedores. Não somos investidores financeiros. Ambos somos fiéis às empresas que criamos e fazemos crescer."
Também garantiu que o centro de decisões e o hub continuam em Lisboa e afirmou ter orgulho em que a TAP seja portuguesa:

24 Jun, 2015, 10:07

O ministro da Economia, António Pires de Lima, lembrou que a TAP precisa urgentemente de ser capitalizada e que as regras europeias impediam o Governo de o fazer sem uma profunda reestruturação da empresa. Deixou bem claro: "As companhias de bandeira mais bem sucedidas na Europa são todas, repito, são todas empresas privadas."
No final, ficou um elogio à administração e trabalhadores da TAP: "O sucesso desta privatização é também, ou se calhar sobretudo, o reconhecimento por parte dos novos investidores das competências e capacidades de gestão e de trabalho desta empresa. Para aqueles que quiserem, e sobretudo merecerem, esta privatização significa também a capacidade de, profissionalmente, poderem voar mais alto."

24 Jun, 2015, 10:18

Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, encerrou o período reservado aos discursos classificando a privatização da TAP como um marco: "Muito mais que um novo sucesso no programa de privatizações, ao assegurar a viabilidade da companhia aérea e a continuidade do seu contributo para a economia nacional, marca um verdadeiro momento de viragem."

24 Jun, 2015, 10:37

O momento da assinatura e as declarações de Fernando Pinto, o ainda presidente executivo da TAP que vai assegurar a transição e, eventualmente, poderá permanecer na empresa:



24 Jun, 2015, 19:22

Depois da assinatura do contrato que os tornou donos da TAP, David Neeleman e Humberto Pedrosa realizaram uma conferência de imprensa para revelar o plano estratégico da empresa:



24 Jun, 2015, 19:25

O consórcio Gateway quer criar 10 novas rotas para os Estados Unidos, passando a voar para Boston, Washington e Chicago. Para Africa e Europa o objectivo é aumentar a frequência de voos. No Brasil vai aproveitar a ligação à companhia aérea Azul.
A frota será renovada com 53 novos aviões que deverão começar a chegar em 2017. Com a renovação da frota e a capitalização da TAP, David Neeleman e Humberto Pedrosa pretendem investir entre 600 e 800 milhões de euros.


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Alea jacta est. O fim das greves no Verão e nas épocas festivas, será proveitoso para o turismo e para as exportações portuguesas. Que todos beneficiemos, em vez de uma minoria privilegiada, sem demérito da qualidade do seu trabalho.

A reduzidíssima adesão ao protesto contra a privatização da empresa, convocado pela Comissão de Trabalhadores da TAP junto ao ministério da Economia, parece mostrar que os trabalhadores reconhecem que exorbitaram nas exigências de outrora e estão dispostos a colaborar lealmente com os novos donos da empresa e em proveito do nosso País.

O contrato de venda da TAP é claro: o encaixe para o Estado vai variar entre 16 e 150 milhões de euros, dependendo do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, apreciações e amortizações), em 2015, e da entrada em bolsa que também está condicionada pelo desempenho da empresa.
O EBITDA, que em 2014 foi 90 milhões de euros, terá de atingir 280 milhões no corrente ano, uma meta que só será alcançada, se os trabalhadores colaborarem. No final, os portugueses farão a sua avaliação e lavram o veredicto: o peso da opinião pública é tremendo.




Jornal de Negócios


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