segunda-feira, 15 de junho de 2015

As subconcessões da Carris e Metro de Lisboa - I


Das cinco propostas entregues para a subconcessão da Carris e do Metro, três são para a exploração de ambas as empresas de transporte público da capital.

A Régie Autonome des Transports Parisiens, a National Express e a Avanza foram os três concorrentes que entregaram propostas conjuntas para a exploração da Carris e do Metro de Lisboa.

O grupo Barraqueiro concorreu apenas à subconcessão da Carris, aliado com o consórcio catalão que ganhou a subconcessão das empresas de transporte público do Porto (STCP e Metro do Porto).
Por seu lado, a Transdev apresentou uma proposta somente para a exploração do Metro de Lisboa.

A Régie Autonome des Transports Parisiens (RATP) é uma empresa pública francesa de transporte público em Paris e arredores. Fundada em 1949, opera as dezasseis linhas do metro de Paris e também oito das nove linhas de eléctrico, uma parte das linhas de autocarro e duas linhas de comboio regional da Île-de-France, uma região administrativa que corresponde aproximadamente à zona metropolitana de Paris.
Desde 2000 está a desenvolver operações de rede e engenharia de transportes em 14 países:




O grupo National Express é uma empresa britânica de transporte público, privatizada na década de 1980, que opera serviços de autocarros urbanos, regionais e de longa distância, comboios e eléctricos no Reino Unido.
É o maior operador de serviços de autocarros de longa distância em Espanha e Marrocos, tem redes de autocarros escolares nos Estados Unidos e Canadá e gere ainda a rede pública de transportes no Bahrain.

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O grupo Avanza é uma empresa privada espanhola de transportes públicos rodoviários urbanos — presente em 28 cidades espanholas e 2 portuguesas, sendo o maior operador em Espanha —, regionais, em que é o maior operador em Málaga e Madrid, e longa distância, onde ocupa a segunda posição.



O Governo quer concluir este processo até ao final de Julho, prevendo uma poupança de 170 milhões de euros durante a vida dos contratos.


A dívida das empresas públicas de transportes

Segundo as contas efectuadas pelo Diário Económico, a dívida remunerada das sete empresas públicas de transportes tuteladas pelo Ministério da Economia atingiu 19,8 mil milhões de euros em 2013, mais 5,6% que no final de 2012.

A campeã das dívidas deste sector empresarial é a Refer. A gestora da rede ferroviária nacional fechou o ano passado com uma dívida de 7161 milhões de euros.
A seguir surge o Metropolitano de Lisboa que encerrou 2013 com uma dívida de 4281 milhões de euros.

Em terceiro lugar ficou a CP, com 3912 milhões de euros. Logo a seguir vem o Metro do Porto, cuja dívida subiu para 3181 milhões de euros.

Faltam ainda as duas transportadoras rodoviárias de passageiros nas zonas metropolitanas de Lisboa e do Porto. A Carris fechou 2013 com uma dívida de 777 milhões de euros e a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) com 397 milhões de euros.

A empresa responsável pelas ligações fluviais entre as duas margens do Tejo, a Transtejo/Soflusa, foi a que menos contribuiu para o total da dívida, apenas 173,6 milhões de euros.

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Os concessionários privados não vão assumir a dívida das empresas públicas de transportes, pelo que serão os contribuintes a arcar com a dívida histórica destas empresas, quase 20 mil milhões de euros.

As pessoas começam a perceber que são obrigadas a pagar os prejuízos continuados destas empresas, ano após ano, através dos impostos — IVA, IRS, IRC, ... —, para além de serem prejudicadas gravemente pelas greves constantes. Como era de esperar, os comentários à notícia do Negócios são, em geral, favoráveis à subconcessão. Escolhemos este:

Cidadão
15 Junho 2015 - 18:52
Ganha o Estado que deixa de ter prejuízos e os cidadãos utentes do serviço, pois de certeza que não haverá tantas greves por tudo e por nada. Resumindo, ganha Portugal. Só a jumentaria é que não quer entender!


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