sábado, 22 de agosto de 2015

A invasão da União Europeia acelera


O número de imigrantes a entrar de modo ilegal na União Europeia, em Julho, foi três vezes maior que no mesmo período do ano passado. E pela primeira vez ultrapassou os 100 mil imigrantes num único mês.

A Frontex, a agência de controlo de fronteiras da União Europeia, registou 107.500 chegadas irregulares em Julho, que ultrapassaram o recorde anterior de mais de 70 mil, em Junho.
A maioria destes imigrantes, quase metade, chegou às ilhas gregas do mar Egeu, perto da costa turca, em fuga da guerra na Síria.




Até Julho já chegaram à União Europeia cerca de 340 mil imigrantes, muito mais do que os 280 mil chegados ao longo de todo o ano 2014.
Agora a fronteira com mais passagens é a grega, levando a Grécia a receber, este ano, mais imigrantes do que a Itália, que tem melhores condições de acolhimento, e obrigando Atenas a pedir ajuda urgente à União Europeia.

Embora a Grécia e a Itália sejam os principais pontos de entrada dos imigrantes que chegam por mar, estes países não são o destino final desejado. Na verdade, o País mais pretendido por estes imigrantes é a Alemanha que, no ano passado, recebeu 203 mil pedidos de asilo e este ano terá de lidar com 800 mil, segundo o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière.




A União Europeia desde 2013


Imigrantes num comboio na Macedónia, em direcção à fronteira da Sérvia com a Hungria. O governo húngaro está a construir um muro de 4 m de altura e 175 km de extensão para tentar deter os imigrantes.
AFP/Dimitar Dilkoff


Desde 19 de Junho, cerca de 42 mil pessoas entraram na Macedónia, a maioria homens, mas 5752 são mulheres e 7000 crianças, das quais 600 não vêm acompanhadas pelos pais.
REUTERS/Alkis Konstantinidis


Refugiados sírios atrás de arame farpado enquanto esperam para atravessar a fronteira da Grécia com a Macedónia
REUTERS/Yannis Behrakis


Migrantes tentam atravessar a fronteira da Grécia com a Macedónia
REUTERS/Alexandros Avramidis


Um migrante reza num acampamento junto da linha férrea
REUTERS/Alkis Konstantinidis


REUTERS/Yannis Behrakis


Criança entre imigrantes na ilha de Kos, Grécia
AFP/Bulent Kilic


Um imigrante recolhido por uma lancha europeia agradece a sua salvação a Alá
REUTERS/Darrin Zammit Lupi


Imigrantes no mar Egeu, Grécia
REUTERS/Alkis Konstantinidis

Migrantes romperam as barreiras policiais na fronteira da Macedónia, obrigando a polícia a usar gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento para fazer recuar a multidão.

O aumento de migrantes na cidade fronteiriça de Gevgelija, na Macedónia, testou a paciência do governo conservador macedónio que enfrenta uma eleição em Abril e há anos vê frustrados os seus esforços para aderir à União Europeia e à NATO por causa de uma disputa com a Grécia sobre o nome "Macedónia", porque também é assim chamada a região Norte grega.

O governo criticou a Grécia, enquanto membro da UE, por deixar passar os migrantes através do território e, em alguns casos, até auxiliar essa passagem, fretando navios para trazê-los das ilhas gregas para o continente.

Cerca de 600 migrantes foram autorizados a apertarem-se num comboio que partiu ao amanhecer de Gevgelija para o norte do país, a caminho da fronteira com a Sérvia. Mas muitos mais continuaram a chegar do lado grego, convergindo para uma tira caótica da fronteira onde há elementos da Cruz Vermelha mas poucos sinais de uma ajuda organizada.


August 22, 2015, 6:14am EDT

Ontem, a polícia da Macedónia usou gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento para fazer recuar multidões furiosas, no mais recente surto de uma crise migratória que está a trazer os conflitos do Médio Oriente para as costas da Europa.

Alguns haviam passado a noite ao ar livre, do lado grego da fronteira, com pouca ou nenhuma comida e água, depois de, na quinta-feira, a Macedónia ter declarado o estado de emergência e selado as fronteiras para os imigrantes, muitos deles refugiados da guerra na Síria e outros conflitos no Médio Oriente.

Apareceram alguns comerciantes gregos a vender sanduíches e bebidas em roullotes para os que podiam pagar. Um homem com um gerador cobrava 1,5 euros para carregar telefones móveis.


August 22, 2015, 9:18am EDT

Cansada, irritada e molhada pela chuva, uma parte da multidão forçou as barreiras da polícia macedónica, enquanto outros corriam vários quilómetros através do campo aberto. Houve pessoas que caíram e ficaram feridas. Algumas crianças pequenas foram separadas dos pais.

"Nesta Europa, os animais estão a dormir em camas e nós dormimos à chuva", protestou Fatima Hamido, uma mulher síria de 23 anos, ao entrar na Macedónia. "Eu estive a enregelar durante quatro dias à chuva, sem nada para comer."

Saeed, com 32 anos, também da Síria, foi mais longe: "Sabemos que isto não foi a Macedónia, nem a polícia macedónica. Foi a União Europeia. Por favor, diga a Bruxelas que estamos a chegar, não importa como."


August 22, 2015, 2:51pm EDT


Ao cair da noite deste sábado, vários milhares de migrantes tinham cruzado a fronteira, aglomerando-se em Gevgelija para onde estão a convergir autocarros provenientes de toda a Macedónia e donde partem comboios em sucessão rápida para a fronteira com a Sérvia.


*


Podemos distinguir no intenso fluxo migratório para a União Europeia duas grandes componentes, uma formada por refugiados sírios e outra por populações oriundas da África subsaariana.

A guerra na Síria teve início em 16 de Março de 2011 com o intuito de derrubar o regime não democrático do presidente Bashar al-Assad porque era aliado de Moscovo.
Atiçada por países islâmicos da região — Turquia, Arábia Saudita e Qatar —, dois dos quais também são ditaduras, com o beneplácito do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos, a guerra destruiu cidades, causou milhares de mortos e criou milhões de refugiados.

Para identificarmos todos os responsáveis, vale a pena recordar estas palavras ditas, em recente entrevista, por Bashar al-Assad, um oftalmologista educado em Inglaterra nos valores da cultura ocidental que estava a desenvolver a economia do País desde que assumiu a presidência da Síria no ano 2000:

"A Síria não está acabada, nem é um Estado falhado. Mas se quiser falar de algo diferente, como referiu na sua questão, que foi a invasão ilegal do nosso espaço aéreo, por aviões da aliança internacional, e por terroristas apoiados por países da região... Isto é uma falha do sistema internacional. Este sistema internacional que tem sido representado pelas Nações Unidas e pelo Conselho de Segurança que devia resolver os problemas e proteger a soberania de vários países e evitar a guerra, falhou nesse propósito. O que temos agora é umas Nações Unidas falhadas pois não conseguiram proteger os cidadãos internacionais de países como a Síria, Líbia, Iémen e outros países.
(...)
A solução é política, mas sentarmo-nos com alguém ou com uma parte que não tenha influência no terreno, isso será falar apenas por falar. É verdade. Não escolhemos a outra parte em Genebra. Foi escolhida pelo Ocidente, pela Turquia, pela Arábia Saudita e pelo Qatar. Não dialogámos com a oposição síria. Tem razão. Se queremos dialogar, tem de ser com a oposição síria, com parceiros sírios, com pessoas que representam os sírios na Síria e não pessoas que representam outros países."

Agora a Turquia, um candidato à União Europeia que viu barrado o acesso aos fundos comunitários pelo correcto argumento alemão do incumprimento dos direitos humanos naquele país, está a empurrar os refugiados sírios para a Alemanha, ajudando, de caminho, a desestabilizar um país seu arqui-inimigo — a Grécia — e a pôr em polvorosa um outro em conflito com os gregos e situado na região instável dos Balcãs — a Macedónia.

Já a componente migratória da África setentrional e subsaariana contém em si a ameaça de ser proveniente de países dominados pelo Islão onde estão infiltrados elementos altamente perigosos do mais violento movimento terrorista actual — o Estado Islâmico.




Mundo islâmico, por percentagem da população (Pew Research Center, 2014). Nos países coloridos a cinzento a percentagem de muçulmanos é quase nula.


A invasão dos bárbaros provocou a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e a invasão otomana destruiu, em 1453, a sua extensão oriental, o Império Bizantino. A História mostra-nos que acontecimentos semelhantes podem repetir-se em épocas sucessivas.

Sem dúvida que este fluxo migratório com crescimento exponencial é o mais grave problema que a União Europeia está a enfrentar e o único capaz de fazer implodir a construção europeia. Veja-se a proposta de realização de um referendo no Reino Unido sobre a permanência na União motivada, sobretudo, pela relutância dos britânicos em receber mais imigrantes ilegais. Aliás, uma das razões porque a imigração descontrolada é tão protegida pelos partidos da extrema-esquerda é que vêem nela o mais poderoso aliado para a conquista do poder.

A notícia do Público deu origem a um fórum, tanto na página do Facebook como no jornal on-line, de que destacamos:

João Pinho
Árabia Saudita, Emirados e Qatar partilham a mesma cultura e religião, por qual razão não pedem eles asilo a esses países? Com a riqueza do petróleo já dava para cobrir as necessidades dos refugiados, não entendo o porquê de ser a Europa envelhecida e a atravessar uma grave crise económica a resolver os problemas de todos os refugiados. Devia de haver maior solidariedade dos países árabes ricos, não pode ser só a Europa.
19 de Agosto às 14:17
  • Marco Praça
    Esses países só os querem para trabalhar de sol a sol. A Europa, mesmo envelhecida e decadente, continua a ser vista como um espaço privilegiado.
    19 de Agosto às 14:23
  • Claudio Gomes
    É verdade, sim, mas na Europa quem pensa assim é considerado um fascista. Vivemos numa ditadura onde as elites apátridas e traidoras não pedem licença aos seus contribuintes e permitem a invasão.
    A Arábia Saudita não quer os seus irmãos refugiados, nem lhes dá um tostão, mas farta-se de financiar mesquitas na Europa. Isto é o projecto da tão ansiada Eurábia que as elites do golfo pretendem na Europa, sabendo que neste espaço já não existem Napoleões, nem Churchills ou De Gaules, têm caminho aberto.
    Uma das consequências da política de portas abertas é a Suécia, que já é o segundo pais do mundo com mais violações, só ultrapassada pelo Lesotho. Será um país do 3º mundo por volta de 2030 caso a invasão, perdão, "politicas de acolhimento", continue. Triste Europa a deixar-se morrer assim.
    19 de Agosto às 16:47
  • Filipe Nuno Inácio
    Pois eu, que sou emigrante e vivo a 6000 km do meu país, não me considero na obrigação de abrigar essa gente, especialmente porque nem sequer me pedem para entrar, pelo contrário, exigem-no!
    Eu emigrei respeitando as leis do país de acolhimento, pedi visto e passei por um caro e moroso processo, porque é que esta cambada de "humanitários" da treta pensa que temos a obrigação de acolher estes penetras?
    E se alguém me vem com a velha treta da "Europa colonizadora e exploradora dos coitadinhos dos africanos e afins" aviso já que a minha resposta vai ser: "Vai-te fod*r meu apátrida de m*rda, traidor ranhoso que envergonhas a minha bandeira, relegando os nossos antepassados que tanta coragem tiveram para enfrentar o desconhecido e que, mal ou bem, contribuíram para fazer do mundo em que vivemos o que ele é, com todos os defeitos e virtudes! Se não gostas de cá andar, tens bom remédio, põe-te a andar!"
    19 de Agosto às 17:38
  • Claudio Gomes
    @Filipe inacio — Brilhante! Concordo consigo em tudo e ainda me lembro quando muitos portugueses foram expulsos do Canadá porque estavam ilegais e aí ninguém teve pena, mas nada disso irá ser feito na Europa pois nela habitam duas forças de bloqueio com tentáculos terríveis:

    1. Capitalistas — que os querem por forma a que se explore e se pague baixos salários devido à abundância de mão de obra desqualificada e disposta a tudo por uns cobres e por forma a estes continuarem a lucrar e a aumentar impérios económicos.

    2. Esquerdistas — alimentados pelos partidos do suposto "protesto" que criam exércitos de rua, repetem a mentira tantas vezes de modo a parecer verdade e fazem muito barulho. Controlam a comunicação social, dizem que são supostos amantes do multiculturalismo, da diversidade e do "legalize" mas depois vivem longe dos guettos que se criam com as suas políticas, onde se dá o pão mas não se dá a educação e cujo objectivo final é óbvio — aumentarem o seu eleitorado e manterem o seu poder em todas as suas esferas.

    Enquanto estas duas forças não forem derrotadas, a invasão continuará e não auguro bom futuro para este povo e para os que vierem a seguir.
    19 de Agosto às 17:55

Marcelo De Andrade Rebelo
Estamos a assistir ao início de um grande projecto da Arábia Saudita que é a Islamização da Europa. Aproveitam das políticas "humanistas" da esquerda e do centro-direita, mas em breve seremos nós a fugir ou a submeter-nos à cultura deles. Precisamos desesperadamente de um Charles de Gaulle ou de um Churchill.
20 de Agosto às 05:29

Incompetente
Cadeia de Évora 19/08/2015 17:46
Quase 1 milhão de pessoas inseridas à força numa sociedade de valores completamente diferentes... Nenhum país aguenta isto. Estes fluxos migratórios para a Europa central são uma bomba relógio social.

BO
19/08/2015 18:08
Só há um forma de resolver este problema, é na origem! Mas, para isso, os 'países' que estão na origem destes refugiados teriam que ser considerados Estados Falhados e ocupados pela ONU as décadas que fossem precisas até formarem elites civilizadas capazes de os governar, se é que alguma vez foram, ou serão, países dignos desse nome...
  • Luis Simões
    19/08/2015 19:07
    Em que planeta é que vive? Em Marte?
  • Gota
    Um dia despertarão. Esperemos que não seja da pior maneira possível...
    20/08/2015 10:53

    Pois... digno, digno é o caro BO! Francamente!
  • BO
    20/08/2015 10:59
    Sim, e foi isso que fizemos aqui em Marte, a ONU cá do sítio ocupou os Estados Falhados que desde que se tornaram independentes nunca foram outra coisa senão tiranias desprezíveis ou terras sem lei.
    Aí no vosso planeta, os terráqueos, humanóides menos desenvolvidos que nós, ainda acreditam no Pai Natal e na soberania desses povozecos de trazer por casa, soberania essa que nunca foi comprovada já que desde a independência não tiveram nenhuma evolução civilizacional, antes regressão!
    Mas deixa lá, talvez daqui a umas décadas ou alguns séculos vocês, terráqueos, desenvolvam a inteligência o suficiente para chegar à mesma conclusão. Entretanto esses povos continuarão a ser miseráveis e a morrer que nem tordos, mas orgulhosamente soberanos...
  • Gota
    Um dia despertarão. Esperemos que não seja da pior maneira possível...
    20/08/2015 11:29

    Com essa conversa de total desrespeito pelos seus semelhantes, vou acabar por convencer-me de que o caro BO, além de não ser desenvolvido, nem sequer é humanóide, é homúnculo e ainda por cima falhado!
  • BO
    20/08/2015 11:41
    Fico sempre sensibilizado quando alguém toma as dores de outros cujas realidades desconhece e dispara insultos e ataques pessoais, apesar de não ter a mínima ideia do que fala.
    É uma das vantagens da democracia, poder ofender e insultar quem tem opiniões com as quais não se concorda. E nem é preciso apresentar qualquer argumento ou contrapor com ideias, basta mesmo partir para o insulto e o ataque pessoal mais soez! Curiosamente, se eu responder na mesma moeda, sou expulso...
  • Gota
    Um dia despertarão. Esperemos que não seja da pior maneira possível...
    20/08/2015 12:11

    Coitadinho do Sr. BO, que não ofende ninguém! O Sr. BO tem o direito de apelidar de "falhados" de "povozecos", de "miseráveis", entre outras coisas menos óbvias mas igualmente denegridoras a pessoas cujo único crime é serem vítimas da megalomania do império estado-unidense, império este que se dedica a espalhar a miséria e o sofrimento pelo mundo inteiro. Mas não, o Sr. BO não ofende ninguém! Mas ofende-se, claro está, se alguém o tratar da mesma forma que ele trata os seus semelhantes! Coitadinho do Sr. BO, é um incompreendido...
  • BO
    20/08/2015 12:38
    Eu não a estou a ofender a si, certo? Mas a Gota pretende sempre ofender-me a mim, certo?
    1. Chamar os povos e os Estados em causa, que a Gota desconhece mas eu não, de falhados, miseráveis e outros encómios, não são ofensas, são verdades!
    2. Se a verdade em relação a esses Estados e povos, que a Gota desconhece mas eu não, a incomoda, pode sempre tentar ofender o mensageiro, claro. É para isso que serve a democracia. Se fossemos uma ditadura não me ofenderia por eu dizer coisas verdadeiras que lhe fossem desagradáveis, aí mandar-me-ia torturar ou eliminar...
    3. Eu não me queixo das pretensas ofensas que ignorantes me possam fazer, queixo-me de não poder responder-lhes na mesma moeda sem ser expulso. É que até aqui uns são filhos e outros enteados, como é timbre da Tugolândia...
  • Gota
    Um dia despertarão. Esperemos que não seja da pior maneira possível...
    20/08/2015 12:55

    Não me está a ofender a mim directamente. mas indirectamente está. Fala daquelas pessoas que apenas sobrevivem e que fogem aos horrores da guerra de uma maneira aviltante. O caro não é melhor do que essas pessoas. É igual a elas. E se quer que o respeitem, dê-se ao respeito não desrespeitando inocentes que nem sequer se podem defender. Coitadinho do Sr. BO, que nunca ofende ninguém!
  • jojoratazana
    Contra ratos e ratazanas e Cryptos Sociais Fascistas. 20/08/2015 13:40
    Caro Bo, pode sempre defender as suas ideias, sem ser ofensivo. Está num fórum. De livre opinião, não de livre ofensa.


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