segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Um fantoche no ministério da Educação


Merece reflexão este artigo publicado no Observador sobre a eliminação dos exames no final do 1º ciclo que transcrevemos com a devida vénia:


"Afinal, quem manda na Educação?

Alexandre Homem Cristo ✉ Email
30/11/2015, 7:17

Já não há exame do 4.º ano: o PS aprovou a precipitação e escolheu a cedência ao PCP e ao BE, satisfazendo reivindicações sindicais e tornando irrelevantes tanto o seu programa como o seu ministro.

Não houve debate. Não houve discussão pública. Não houve período de transição. Não houve demoras — nem se esperou que o novo ministro se ajeitasse na cadeira da 5 de Outubro. Por iniciativa do PCP e do BE, no primeiro dia do governo de António Costa, o parlamento aprovou a eliminação do exame do 4.º ano. E o mais curioso é que ninguém estranhou. Afinal, são eles, PCP e BE, quem define o rumo político quando se trata, como é o caso, de uma questão que não consta das “posições conjuntas” que o PS assinou? O que fez o PS da sua promessa eleitoral, agora inserida no Programa do XXI Governo (p. 105), de “reavaliar a realização de exames nos primeiros anos de escolaridade” — já reavaliou ou reavaliaram por si? E o que pensa o ministro sobre este tema?

Recorde-se que, quando Nuno Crato introduziu os exames no 4.º ano, o país dedicou horas a escrutinar a decisão e ainda mais horas mergulhado em comparações internacionais. Agora que é para os eliminar, não se consulta ninguém, não se executa um balanço dos seus efeitos, não há um minuto de debate público, não se admite uma observação, não se anuncia uma política integrada para a educação na qual encaixe essa eliminação. O PCP e o BE resolveram, o PS acenou, a Fenprof aplaudiu. Não há, portanto, outra interpretação possível: o PS aprovou a precipitação e escolheu a cedência ao PCP e ao BE, satisfazendo reivindicações sindicais e tornando irrelevantes tanto o seu programa como o seu ministro. Vai ser sempre assim?

A pergunta não é de pormenor, até porque a hierarquia política é apenas metade do problema. A outra metade está no perigo de tomar decisões sobre aspectos estruturais do sistema educativo — sector para ao qual se está sempre a pedir mais consensos e cautelas, e menos reformas e mexidas — em cima do joelho, sem ponderar consequências ou estudar alternativas. É que, nos moldes excessivos em que foi tomada, sem garantir um mecanismo de aferição e monitorização dos desempenhos escolares no 1.º ciclo, a eliminação dos exames do 4.º ano é um erro.

Há boas razões para defender a manutenção dos exames, assim como há boas razões para pretender a sua eliminação. Mas uma coisa é acabar com exames cujas notas têm influência na avaliação final e no percurso dos alunos. E outra coisa (inaceitável) é deixar um vazio de avaliação externa que impeça a monitorização das aprendizagens no 1.º ciclo, esquivando-se a substituir esses exames por provas de aferição — que não contam para a avaliação final, mas que servem para acompanhar a evolução dos alunos. Alguém sabe qual é o plano? Alguém percebe o que fica no lugar dos exames eliminados? Não se sabe, não se percebe.

Ora, é uma irresponsabilidade governar nestes termos, porque é impossível levar a cabo políticas públicas de educação sem monitorização dos resultados escolares — leia-se, sem a existência de uma avaliação externa (com ou sem impacto na nota final dos alunos). Gostem ou não PCP/BE disso. Porque é esse tipo de monitorização que permite avaliações internacionais (como o PISA da OCDE), que diagnostica as dificuldades de aprendizagem dos alunos a tempo de as corrigir, que possibilita o aperfeiçoamento das metodologias e do currículo, que facilita o apoio das escolas e dos professores aos alunos. Ou seja, a avaliação externa é um instrumento imprescindível para o sucesso escolar e para a promoção de igualdade, protegendo os alunos que mais precisam da escola para ultrapassar barreiras sociais e económicas. E, sem essa avaliação externa, a governação na educação converte-se numa navegação às cegas.

O PS sabe tudo isto. Ou, pelo menos, sabia-o nos tempos de Maria de Lurdes Rodrigues. Esperemos que não o tenha esquecido e que alguém emende o rumo. Mas os factos são o que são e, entre cedências perigosas, irrelevâncias políticas e precipitações desastradas, a legislatura começa mal na educação. Sobretudo porque, na sua base, arranca com uma incerteza inquietante: afinal, quem manda na educação?"


*


Afinal, quem manda na educação? O polvo PCP e o seu tentáculo na educação — a Fenprof. O ministro é apenas o fantoche de serviço no último piso do edifício da avenida 5 de Outubro.
O que é espantoso é que um investigador com espírito de iniciativa, como demonstra nesta entrevista, e um currículo nada despiciendo se disponibilize para assinar de cruz o que outros estão a decidir por ele.

Outras opiniões:

ana rebelo
30 Nov 2015
Perfeito, nem mais. Quem manda na educação vão ser estes comunas e a fenprof. O menino Tiago é apenas decorativo.
É uma gente que não quer ser avaliada, ponto. Um escândalo como as coisas se passaram!

José Mendes
30 Nov 2015
O fim do exame da 4ª classe já foi amplissimamente(?) debatido quando há muitas dezenas de anos deixou de ser a graduação oficial dos portugueses.
Estamos muito longe dessa longínqua época da iliteracia oficial que se dava por satisfeita com o “ler, escrever e contar”.
Crato revoltado com a sua própria revolta, arrependido de ter estado do lado do fim do país do “povo na sua tranquilizante ignorância e nós, muito acima na altivez do bacharelato” ou por revivalismo patético tirou do baú o bolorento exame da 4ª classe.
Pela terceira vez se fez o debate nacional e por três vezes se concluiu pela aberração da medida.
Acabou, uma vez mais, essa bandeira e barreira, esse muro do atraso que protege uns poucos da concorrência dos que não são filhos de Algo.
Em boa verdade Crato nunca conseguiu repor o que o tranquilo movimento da terra já derrubou há muito. Decretou e ninguém respeitou. A estupidez não é respeitável nem por decreto.
  • Cristina Duarte
    30 Nov 2015
    Comparar estas provas com o exame da 4ª classe de antigamente é pura demagogia!
  • Marisa Pinheiro
    30 Nov 2015
    A velhice merece todo o respeito mas não o paternalismo da compaixão. Mas para isso somos nós, os velhos, quem nos devemos dar ao respeito e ter orgulho em não provocar a compaixão.
    E depois de o ler, duas ou três vezes, sente-se que o senhor Mendes esmola a compaixão. Vem sempre com o passado, com aquilo que vulgarmente nos acusam de dizer: no meu tempo, assim e assado.
    É completamente ridículo e digno de compaixão vir invocar o exame da quarta que eu fiz, em 1954, com uma grande professora que me propôs para o exame de admissão, nesta análise. Todas as raparigas da minha aldeia, mesmo as que se levantavam às cinco para irem dar de comer ao gado, andaram na escola comigo.
    Agora numa discussão que se centra sobre se o modo de avaliação, absolutamente necessário para recolha informativa sobre a bondade dos modelos implementados, vir invocar “esse muro do atraso que protege uns poucos da concorrência dos que não são filhos de Algo” é doentio e merece compaixão, não contra-opinião.


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Reversão das concessões dos transportes de Lisboa e Porto


PS, BE, PCP e PEV apresentaram projectos de lei e de resolução para cancelar as subconcessões das empresas de transporte de Lisboa e Porto esta sexta-feira.

O PCP foi o primeiro partido a apresentar iniciativas legislativas para cancelar os contratos assinados com a Avanza, Alsa e Transdev, tendo o deputado comunista Bruno Dias afirmado que "já chega de vender o país às peças, de desmantelar o serviço público e de perseguições aos trabalhadores", dizendo ser tempo de "pôr um ponto final a estes processos ruinosos das PPP dos transportes".

João Paulo Correia, do PS, disse tratar-se de "um dia histórico porque começamos a pôr fim ao maior ataque ideológico ao sector dos transportes", defendendo que a Câmara de Lisboa deve intervir na gestão das empresas de transporte público da cidade.
"Ao anularmos estas subconcessões impedimos um péssimo negócio para o Estado, impedimos despedimentos, impedimos redução da oferta e a degradação do material circulante", acrescentou.

O deputado bloquista Heitor de Sousa também disse que "ao segundo dia de votações regimentais, a Assembleia da República volta a fazer história", acrescentando que tal "reflecte a nova maioria política que se prepara para corrigir os erros da maioria anterior".

Pelo contrário, Paulo Rios de Oliveira, deputado do PSD, afirmou que "seria desastroso inverter" a política de transportes do Governo de Passos Coelho, porque pôs fim a "um ciclo de degradação" no sector e operou "uma revolução" ao conseguir obter em 2014 ganhos operacionais no sector.

Por sua vez, Hélder Amaral, do CDS-PP, acusou o PS de "ceder aos interesses da CGTP" porque com a redução na Carris, Metro de Lisboa, Transtejo e Soflusa para uma única administração foi conseguida uma poupança de 1,5 milhões de euros.
Defendeu que estas iniciativas legislativas "o que estão a proteger são as 1070 greves que existiram nos últimos quatro anos".

As propostas socialistas sobre a reversão dos processos de subconcessão dos transportes públicos, assim como da extinção da sobretaxa do IRS e da contribuição extraordinária de solidariedade (CES) e do fim dos cortes nos salários da função pública seguiram para as respectivas comissões, sem serem votadas. Os deputados têm agora 20 dias para limar arestas entre o PS, BE e PCP durante a discussão na especialidade para que as propostas possam ser votadas.

A opção de fazer os vários diplomas baixarem à comissão foi sublinhada pela vice-presidente da bancada do CDS Cecília Meireles, perante os jornalistas: “A decisão da esquerda ou das esquerdas é adiar, adiar, adiar. É começar literalmente com o pé esquerdo.


*


Segundo as contas efectuadas pelo Diário Económico, a dívida remunerada das sete empresas públicas de transportes tuteladas pelo Ministério da Economia atingiu 19,8 mil milhões de euros em 2013, mais 5,6% que no final de 2012.

Serão os contribuintes quem vai arcar com a dívida histórica destas empresas que actualmente já ultrapassa 20 mil milhões de euros. Cabe agora a si, caro leitor, avaliar quem defendeu o interesse nacional e quem está a proteger interesses partidários.

Outras opiniões:

olholisto
12:52
E para o país um dia triste. Temos que sustentar as ambições do PCP.

JOAKIM
12:58
Pelo menos não fica extinto o posto de trabalho do Arménio Carlos e seus acólitos! O país ficará a ganhar muito, são bem conhecidos os enormes lucros que estas empresas entregam ao Estado! Acordo imposto pelo comunismo radical! Vergonhoso!

Anónimo
13:00
O preço que o António Costa (e o País) teve de pagar para ser primeiro-ministro.

Gonçalo Nuno Santos @ Facebook
13:18
Os contribuintes de Norte a Sul e os das Ilhas vão assim poder financiar o material circulante que só serve Lisboa e os autocarros de Lisboa e Porto... Esses contribuintes estavam ansiosos por isto.

Anónimo
13:20
Para a maioria dos nossos emigrantes, que estão em culturas e sociedades mais avançadas, devemos parecer loucos.

LEOLEO42
13:24
O que o PS fez foi dar à parasitagem que se move à volta da Intersindical a possibilidade de, mesmo a contragosto da maioria dos trabalhadores, puderem paralisar o País com greves no sector de transportes.
É o tipo de greve em que meia dúzia pode criar a ilusão que todo um País pára por vontade própria.
Mas de grupos de perdedores o que se pode esperar?

Pedro Ribeiro @ Facebook
13:28
Tirando a educação e a saúde, tudo devia ser privatizado! Existem muitos "vícios" nesses trabalhadores e gestores, vícios esses pagos pelos contribuintes.

Arturo J Rodrigues @ Facebook
13:34
Que bom! Voltamos às greves e à balbúrdia, que progresso com este país do sobe e desce. Muito que se avança desta forma com estes parasitas esquerdalhos usurpadores.

João Caxias Silva @ Facebook
13:39
Mas eu não quero continuar a pagar a má gestão e as greves, isso não é dar conforto ao povo. Que socialismo é esse?

José Alves Martins @ Facebook

13:43
E os parasitas já elaboraram o calendário das próximas greves?

Cristina Cohen @ Facebook
13:46
E anulam todas as greves? Ou isso é do pelouro do PCP e BE?

Mário Teixeira @ Facebook
13:51
Histórico porquê? É a mesma história de sempre, nós contribuintes vamos pagando...

Francisco Pinho @ Facebook
13:55
Péssimo negócio? Ora, eu tenho uma empresa que dá 50 milhões de euros por ano de prejuízo, aparece alguém que me fica com a empresa e com o buraco, isto é um mau negócio para mim? É melhor realmente, daqui a 10 anos, ter um buraco de 500 milhões! E a empresa orgulhosamente continuar a ser minha.

Bernardo
14:10
Arrota tuga! Tens o que mereces! Não votastes neles? Paga! Paga com os teus impostos! Paga! E continuar a pagar! Temos o que merecemos!
Pagamos um serviço 5 estrelas mas vamos continuar a ter uma treta de transportes, se não estiverem em greve!

Jeronymo Rules
14:14
Veremos quanto custará aos cofres portugueses anular estas subconcessões e depois aferiremos se foi assim tão bom o negócio. Adicionalmente, deverá estudar-se quanto é que essas empresas dão de prejuízo anualmente ao Estado, para se aferir depois se foi assim tão bom o negócio.

Anónimo
14:16
E isto não é inconstitucional? Só é inconstitucional colocar em causa direitos absurdos... Isto é um dia de luto nacional. O PS deixou hoje de ser um Partido de Centro com capacidade de gerir este País. Vergonha nacional!

Kolla
14:41
Um dia histórico para os criminosos dos comunistas é necessariamente uma tragédia para os portugueses. Exactamente como as extorsões à mão armada das empresas, dos bancos e das herdades, feitas por comunistas e militares em 1975, também foram dias históricos.

JOAKIM
15:39
Onde está a democracia? Mas o governo anterior não estava legitimado para tomar decisões? Pergunto se os votos de quem votou no PSD e no CDS, em 2011, deixaram de ser válidos? Como estão a reverter tudo, torna-se nula a governação anterior. É muito grave o que se está a passar!

AMLG
16:07
Mas afinal quem comanda a banda é o PCP? Isto nunca esteve no programa do PS!
Resta ainda saber se a reversão tem custos para nós que pagamos impostos. É que se tem, então têm que explicar isto muito bem explicadinho porque eu não vejo nenhuma vantagem em isto ser do Estado. Bem pelo contrário, quem anda de metro e comboio sabe bem o inferno que foi este ano sendo as empresas do Estado. O Estado não sabe gerir e fica sempre mais caro para nós, essa, infelizmente, é a dura realidade. Cambada de Idiotas que nos roubam a torto e a direito!

Legru
16:18
Mentalizem-se Alfacinhas e Tripeiros para a continuação do martírio de querer ir trabalhar e não conseguir porque... há greve.
Mentaliza-te PS que, após esta "conquista" do PC irás ter muitas dificuldade de governar com o apoio do dito.
Portugal, Quo Vadis?

Anónimo
17:58
PCP no comando a alimentar as suas bases através do PS, que não se importa de sacrificar os utentes e contribuintes desde que se mantenha no poder. PS: um fantoche da extrema esquerda no comando a contribuir para a engorda dos extremistas à custa do povo!


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Presidente da República indigitou António Costa para primeiro-ministro


Na sequência da audiência hoje concedida pelo Presidente da República ao secretário-geral do Partido Socialista, Dr. António Costa, a Presidência da República divulgou a seguinte nota:


“As informações recolhidas nas reuniões com os parceiros sociais e instituições e personalidades da sociedade civil confirmaram que a continuação em funções do XX Governo Constitucional, limitado à prática dos atos necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos, não corresponderia ao interesse nacional.

Tal situação prolongar-se-ia por tempo indefinido, dada a impossibilidade, ditada pela Constituição, de proceder, até ao mês de abril do próximo ano, à dissolução da Assembleia da República e à convocação de eleições legislativas.

O Presidente da República tomou devida nota da resposta do Secretário-Geral do Partido Socialista às dúvidas suscitadas pelos documentos subscritos com o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista “Os Verdes” quanto à estabilidade e durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura.

Assim, o Presidente da República decidiu, ouvidos os partidos políticos com representação parlamentar, indicar o Dr. António Costa para Primeiro-Ministro.”


*


As primeiras reacções:

Anónimo
12:32
Que povo tão condicionado do ponto de vista intelectual... Depois de há 4 anos o PS ter falido o País e o ter deixado na miséria, regressa ao governo com o seu pior líder de sempre. Tenho vergonha de ser Português.

Xuxalismo
12:33
Sem duvida o PM mais rasteiro da história.

Anónimo
12:41
HABEMUS PRIMEIRO-MINISTRO! Força Costa! Estamos contigo.

JoaoTVale
12:46
UI, UI, UI, agora é que vamos ver o acordo da esquerda a funcionar. Fazem-se apostas. Quantos meses dura?

xxx
12:50
Ser o mais votado deixa de garantir o poder. Ser o 2º garante? Não. O governo PS não manda nada. Manda aquilo que o PCP e o Bloco deixarem. Evidentemente, passado o período de graça, Costa vai perder o sorriso. Vai levar paulada do BE, do PCP, do PSD, do BCE, da CGTP, e do PS. Esperem.

JoaoTVale
12:51
Hoje, 23 de Novembro de 2015, é um dia que ficará para sempre registado na história da democracia Portuguesa. É o dia em que pela primeira vez o grande derrotado de umas eleições é indigitado como 1º Ministro, com um acordo de incidência parlamentar com a extrema-esquerda não democrática. António Costa vai sentir agora na pele as dificuldades do caminho que quis trilhar. Ou vence ou será triturado politicamente.

Sousabaptista Baptista @ Facebook
12:52
Está oficialmente instituído o REGABOFE. A partir deste momento os gatos encaminham-se para o saco. Enquanto a TRAINEIRA tiver sardinhas para distribuir será um mar de rosas; pior será no dia em que a TRAINEIRA já não tenha mais sardinhas, aí, não haverá médicos que cheguem para tratar os gatos de tão gatafunhados que estarão.
Em resumo: é garantida mais uma desgraça nacional. Quando tudo se encaminhava para que aos poucos houvesse menos dificuldades futuras, tudo está agora em causa. Mas, muitos merecem isto e muito pior; pena dos que tem saúde mental e perceberam o que os espera.

Anti-Parvos
12:54
Agora que a politiquice já passou, venham profissionais e governem o País. Contas bem controladas e uma estratégia de futuro, quer a nível económico, quer a nível social. Não é pedir muito! Quando houver eleições cá estaremos para fazer a avaliação nas urnas como fizemos a 4 de Outubro. Isto não é um jogo de futebol é a democracia a funcionar. Respeitem a Constituição existente, se não gostam arranjem 2/3 do parlamento e alterem. Toca a trabalhar que já se faz tarde.

AVerVamos
12:58
A recomendação que se dá aos alcoólicos mais efusivos é "Beba com moderação".
A quem coloca a vida dos outros em perigo é "Se conduzir não beba".
A António Costa deixo-lhe a seguinte recomendação: "Beba com moderação e roube com moderação". Para que saiamos feridos, mas não MORTOS.

Ulisses Marques @ Facebook
13:03
Já podemos resgatar o PS que as contas do Largo do Rato estavam nas lonas!

Anónimo
13:20
O nosso futuro e dos nossos filhos vai ser definido por uma serpente traidora com políticas soviéticas e trotskistas! Ao ponto que o país chegou! Isto está bom é para os oportunistas e chulos que não têm nada porque também não fizeram grande coisa na vida para ter. Viva a mediocridade e o chupanço da teta do estado!

Anónimo
13:21
"Indicado" em vez de "indigitado". Falta de juristas que saibam ler a Constituição ou simplesmente falta de chá?

mmmpinto
13:22
Acaba, mais uma vez, de ser coroada a habilidade, fazendo jus ao povo que somos.

Cristina Cohen @ Facebook
13:42
Cinco meses e antes de terminar o mandato Cavaco mostra-lhes, a todos os que diziam para ler a CRP, o artº 195, ponto 2!

Manuel Oliveira
14:35
Hoje é um dia triste para mim. Tenho 66 anos, na situação de reforma (não sou aposentado...) e depois de acompanhar toda esta novela, chego à triste conclusão que o meu voto serve para quase nada. 90% das medidas que o próximo governo vai tomar destinam-se aos mesmos: funcionários públicos (inclui tudo o que come do OGE), nova classe política, empresas do sector público e aos que detestam trabalhar. Não tenho ilusões sobre o futuro próximo, dentro de 6/8 meses estamos de novo na bancarrota e sem crédito nos mercados. Triste sina deste POVO.
  • RT
    Arquitecto e formador, Lisboa 14:53
    É isso mesmo amigo! Mas olhe, fique feliz porque se não podem comer todos por igual, pelo menos os funcionários públicos comem.
    Fico feliz pela função pública, que voltará a ter os seus ordenados e de volta a redução de horário de trabalho para me continuarem a oferecer um trabalho de excelência degradante!
    Fico feliz porque, brevemente, a minha filha de 5 anos terá direito a professores com canudos que nada atestam as suas capacidades para leccionar.
    Fico feliz porque agora vamos ter médicos a encher hospitais só para "inglês" ver, porque é importante ter muitos para o trabalho de um.
    Fico feliz porque a TAP vai voltar a ser nacionalizada e os ordenados principescos das greves, pagos com o dinheiro dos nossos impostos.
    Feliz porque a RV continuarei a ser um trabalhador precário...
  • M.G.
    15:24
    É o que acontece quando se deposita a confiança política só no voto, em vez de também lutar para mudar as coisas. Talvez se no privado houvesse a mesma liberdade de criticar e exigir, as coisas não estariam assim. O resto, são extrapolações mesquinhas que tentam atribuir culpas aos outros em vez de olhar por cada um abaixo e lutar pelos seus direitos. É que esta verborreia vem da mesma gente que abomina os sindicatos e outras instituições associativistas. Pensam que sozinhos conseguem mudar alguma coisa quando só é possível fazê-lo juntos. Têm tudo trocado... Não vêem que se todos rumassem para o mesmo lado, os hábitos do poder poderiam ser rapidamente subvertidos. Nunca hão-de sair da cepa torta, se continuarem a pensar que democracia é só votar de x em x anos. Tristeza...
  • RT
    Arquitecto e formador, Lisboa 15:36
    Caro M.G.,
    No seu caso, mudar ideias é pensar da mesma forma que você, mesmo que não esteja correcto, porque nada garante que esteja! Espere que este governo comece a fazer alguma coisa, com o background da esquerda, e depois conversamos!
    Mas olhe que começaram muito mal, primeiro porque não abriram o jogo todo durante a campanha eleitoral ao eleitorado, depois porque não foram suficientemente honestos, humildes e corajosos para fazer parte de um governo e porque, a partir do momento que provocam a queda desse governo (que podia não ser grande espingarda), acabam por mostrar que nem entre eles existe consenso e que, afinal, as ideias que levaram à queda do governo são praticamente as mesmas que se propõem introduzir na legislatura. Tenrinhos, muito tenrinhos e imaturos...


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Presidência da República divulga documento entregue a António Costa


O Presidente da República recebeu hoje, em audiência, o secretário-geral do Partido Socialista, a quem entregou o seguinte documento contendo questões com vista a uma futura solução governativa (negrito é meu):



"Face à crise política criada pela aprovação parlamentar da moção de rejeição do programa do XX Governo Constitucional que, nos termos do artigo 195 da Constituição da República Portuguesa, determina a sua demissão, o Presidente da República decidiu, após audição dos partidos políticos representados na Assembleia da República, dos parceiros sociais e de outros agentes económicos, encarregar o Secretário-Geral do Partido Socialista de desenvolver esforços tendo em vista apresentar uma solução governativa estável, duradoura e credível.

Nesse sentido, o Presidente da República solicitou ao Secretário-Geral do Partido Socialista a clarificação formal de questões que, estando omissas nos documentos, distintos e assimétricos, subscritos entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista “Os Verdes”, suscitam dúvidas quanto à estabilidade e à durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura:

a) aprovação de moções de confiança;
b) aprovação dos Orçamentos do Estado, em particular o Orçamento para 2016;
c) cumprimento das regras de disciplina orçamental aplicadas a todos os países da Zona Euro e subscritas pelo Estado Português, nomeadamente as que resultam do Pacto de Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental, do Mecanismo Europeu de Estabilidade e da participação de Portugal na União Económica e Monetária e na União Bancária;
d) respeito pelos compromissos internacionais de Portugal no âmbito das organizações de defesa colectiva;
e) papel do Conselho Permanente de Concertação Social, dada a relevância do seu contributo para a coesão social e o desenvolvimento do País;
f) estabilidade do sistema financeiro, dado o seu papel fulcral no financiamento da economia portuguesa.

O esclarecimento destas questões é tanto mais decisivo quanto a continuidade de um governo exclusivamente integrado pelo Partido Socialista dependerá do apoio parlamentar das forças partidárias com as quais subscreveu os documentos “Posição Conjunta sobre situação política” e quanto os desafios da sustentabilidade da recuperação económica, da criação de emprego e da garantia de financiamento do Estado e da economia se manterão ao longo de toda a XIII legislatura."


*


O leitor encontra aqui uma análise do Negócios ao que dizem o programa do PS e as posições conjuntas com BE, PCP e Verdes sobre cada um dos temas sublinhados por Cavaco Silva.

Alguns comentários pertinentes à notícia lidos no Negócios:


RuiSpeedBcn
12:02
Se os partidos que sustentam esta geringonça forem fiéis aos seus princípios e doutrinas políticas, não poderão garantir nenhum destes 6 pontos. Se o fizerem, ou estão a ir contra o eleitorado que lhes confiou o seu voto, ou estão a tentar enganar os restantes que não votaram neles. Seja qual for a saída, irão ficar mal na fotografia pois nenhuma resposta serve os seus interesses comunistas.

Portugal vai sofrer a médio prazo com o Costa!
12:19
Ora o Costa duvido que consiga este caderno de encargos. Vamos ver como se vai sair com o apoio à esquerda. O BE só quer: Abortos grátis, adopção por parte dos Gays e Lésbicas, e tudo o que seja minorias e fracturas. O PCP quer os Transportes na esfera do Estado para fazerem as grevezitas!

Charles Madeira @ Facebook
12:30
Era esperado que o Sr. Presidente da Republica Portuguesa desejava ver esclarecido o caso dos acordos de ficção para poder indigitar o secretário-geral do PS caso este partido venha a ser Governo embora minoritário.
No entanto, alguns concorrentes a chefe de Estado e outros académicos e deputados do arco da esquerda quase exigiram a nomeação de António Costa como se fosse o ganhador das eleições de 4 de Outubro.
Concordo com as exigências do Presidente uma vez que o próprio povo sabia que toda esta esquerda não demonstra coerência nos acordos para ser Governo.

Carlos
13:49
É já agora que se zangam as comadres.

JoaoTVale
14:01
Agora só nos resta esperar e ver se António Costa consegue finalmente ter um verdadeiro acordo que lhe garanta um mínimo de condições para poder governar e não apenas vários acordos, Partido a Partido, sobre algumas medidas que faziam parte dos programas destes mesmos Partidos.
Cavaco fez o que lhe competia e, sobretudo, foi coerente com aquilo que sempre disso, que só daria posse a um governo que garantisse estabilidade, assumpção dos compromissos Europeus e de Defesa aos quais Portugal está vinculado.

Anónimo
14:05
Parece óbvio que as questões e exigências colocadas a António Costa pelo PR não podem ser respondidas apenas pelo PS, mas sim pelos seus novos parceiros. E também será natural que as respostas devam ser documentais bi ou trilaterais e não verbais por uma das partes.

ab
14:30
A clarificação solicitada exige ser expressa nos acordos dos três partidos.
Uma carta do PS nada assegura (a não ser que lhe assista o direito de se comprometer em nome dos outros).

RuiSpeedBcn
14:35
O PCP e o BE vão apresentar por escrito e assinado que afinal são contra o seu próprio programa eleitoral? Já não querem sair da NATO? Já aceitam o Pacto de Estabilidade? Já não querem sair da moeda Euro? LOL. A comunagem foi toda enganada pelo seu próprio partido. O que faz a sede do Poder...

Luis Lourenço @ Facebook
15:00
Estão há um mês e meio em negociações. Acharam que o rascunho que assinaram era o suficiente. Não foi! E agora em apenas um dia vão fazer aquilo que tiveram este tempo todo para fazer. Será isso o governo?

mariocms
15:03
Se houver seriedade no compromisso assumido pelos três partidos, facilmente assinam o que o PR pediu. Isto não se chama interferência do PR, antes pelo contrário, é um pedido de responsabilidade aos partidos para que Portugal não volte a ficar na mão da troika.

FAROL DA GUIA
16:14
Gostaria de deixar uma questão ao Sr. Jornalista relativamente ao ponto 3:
Se houver uma incompatibilidade entre o que está nos acordos e o que foi omisso, o que prevalece? Objectivamente, se a reposição das medidas de austeridade acordadas conduzirem a um défice superior a 3%, até por razões exógenas, sacrifica-se a reposição ou o défice?
Isto leva-nos a uma questão mais geral que é a hierarquização de um contrato entre partes com programas distintos; penso que neste caso, o contrato entre as partes sobrepõe-se aos programas e, assim sendo, a garantia de que um princípio consta do programa do partido que formará governo não é suficiente em casos de incompatibilidade.


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Teste a sua literacia financeira


A literacia financeira é cada vez mais importante, por isso, a Gallup realizou um inquérito para a Standard&Poor’s Ratings Services, no âmbito do Global Financial Literacy Survey. São apenas cinco questões sobre inflação, poupança e investimento.

Os resultados obtidos no nosso país foram preocupantes. Em 142 países, Portugal ocupa a 111ª posição, depois de países como o Iraque, o Chade ou a Nigéria.

Os portugueses ficaram entre os últimos nos conhecimentos financeiros, com as mulheres a revelarem as maiores dificuldades na compreensão do funcionamento das poupanças e investimentos.

Para saber se tem os conhecimentos financeiros que precisa, faça este teste (em inglês). O Negócios fez uma infografia em português:



"Só 26% dos portugueses que responderam a estas questões no inquérito da S&P conseguiu acertar em todas as respostas. No Iémen só 13% o fizeram, já na Noruega, Dinamarca e Suécia, 71% conseguiram responder acertadamente. A nível mundial, um terço deu as cinco respostas certas."


Os mapas seguintes fazem parte do Relatório Literacia Financeira no Mundo (PDF) (em inglês), onde também se pode consultar a posição dos 142 países.





Dentro da União Europeia, vemos que Portugal está na mesma banda da Bulgária e de Chipre, estando os três países apenas acima da Roménia.


*


Acontece que Portugal tem um rendimento per capita superior ao dos países europeus do leste, ao passo que este inquérito revela uma literacia financeira bastante inferior à desses países. Como a cultura das populações influencia o desenvolvimento económico dos países, o prognóstico para o nível de vida das próximas gerações de portugueses só pode ser mau.

Outros comentários à notícia no Negócios:

Anónimo
19 Novembro 2015 - 23:57
Esta é explicação do sucesso da demagogia da esquerda em Portugal.

Anónimo
20 Novembro 2015 - 06:06
Nem entendem que só há austeridade quando há BANCARROTA.

Prof. Pardal
20 Novembro 2015 - 08:51
É verdade. Portugal faz muito pouco por dar formação nesta área aos seus cidadãos.
Deveria começar bem cedo na escola mas a realidade é que podem concluir uma vida inteira de estudos até ao doutoramento sem nunca se falar de finanças.

Anónimo
20 Novembro 2015 - 13:15
Ora aqui está a explicação para haver tanta gente a votar na Esquerda e não sairmos da cepa torta...

Henrique Costa
20 Novembro 2015 - 14:36
Grande novidade, se assim não fosse a esquerda não tinha tantos votos... e a direita tão poucos...


Noite de terror em Paris - IV. A identidade dos terroristas


Uma semana depois dos ataques que mataram 130 pessoas em Paris e Saint-Denis, a investigação continua, revelando importantes vulnerabilidades de segurança.


16/11/2015 - 22:33

Le Monde.fr avec AFP | 20.11.2015 à 05h39

Dos sete bombistas suicidas:

  • Quatro são franceses: Ibrahim Abdeslam (31 anos) e Bilal Hadfi (20 anos) que se fizeram explodir no Comptoir Voltaire e no Estádio de França, respectivamente, Amimour Samy (28 anos) e Ismaël Omar Mostefai (29 anos), filho de mãe portuguesa, ambos no Bataclan.
  • Dois entraram na Europa, em Outubro, através da Grécia. Trata-se daquele terrorista que detonou o cinto de explosivos perto do Estádio de França e junto do qual foi encontrado um passaporte sírio de autenticidade duvidosa, porém, havendo uma correspondência entre as suas impressões digitais e as encontradas aquando de uma fiscalização na Grécia; e de um segundo formalmente identificado nesta sexta-feira.
  • Permanece por identificar um bombista suicida, o terceiro que estava no Bataclan.

A polícia continua na peugada de Salah Abdeslam, suspeito de pertencer ao comando terrorista que alvejou as esplanadas dos cafés e dos restaurantes em Paris com o seu irmão Ibrahim que, depois, se fez explodir no boulevard Voltaire. Ele terá sido ajudado a sair de Paris na manhã seguinte. Dois supostos cúmplices da fuga foram presos em Bruxelas na segunda-feira e indiciados por ataque terrorista. Também na Bélgica, um terceiro homem foi indiciado nesta sexta-feira por terrorismo.

Abdelhamid Abaaoud, o presumível instigador dos ataques, está morto: o seu corpo "crivado de projécteis" foi identificado pelos investigadores, na sequência do ataque policial a um apartamento em Seine-Saint-Denis na quarta-feira. A formação e como chegou a França permanecem desconhecidos.
Terão sido encontrados vestígios que lhe pertenciam numa das três Kalashnikovs descobertas no Seat abandonado em Montreuil, o que sugere que fazia parte do comando responsável pelos tiroteios nas esplanadas. Além disso, foi filmado pelas 22:00 de 13 de Novembro, por uma câmara no metro de Montreuil, perto do lugar onde o carro foi abandonado.


*



Países com mais de 5% de população muçulmana
sunitas ████████ xiitas ████████


O Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS, no acrónimo inglês, ou Daesh, no acrónimo árabe) é uma entidade que defende o regresso aos primórdios do Islão, no séc. XVII, quando o profeta Maomé conquistava territórios, tomava os vencidos como escravos e ordenava decapitações. Praticam a versão mais fundamentalista do Islão, o Wahhabismo.

Origem

Tudo começou com a invasão do Iraque pelos EUA e aliados em 2003. Afastada do poder pelos xiitas, a minoria sunita a que pertencia Saddam Hussein gerou uma guerrilha baseada no noroeste iraquiano onde era dominante. O líder do grupo era Abu Musab al-Zarqawi e obedecia à al-Qaeda.
Em 2006, al-Zarqawi foi morto num ataque americano. O grupo reforçou-se com alianças entre tribos sunitas e o novo chefe, Abu Omar al-Baghdadi, proclamou o Estado Islâmico do Iraque (ISI). No entanto, ofensivas conjuntas das forças armadas iraquianas e americanas, foram dizimando a guerrilha e, em 2010, foi anunciada a morte ou captura de 80% dos líderes do ISI, incluindo al-Baghdadi, bem como de recrutadores e financiadores. A ligação com a al-Qaeda do Paquistão ficou cortada.
Abu Bakr al-Baghdadi, o novo líder, foi recrutar ex-militares e ex-funcionários dos serviços de informações do antigo partido Baath que tinham servido durante o governo de Saddam Hussein, quase todos saídos de prisões militares americanas, para promover o renascimento do ISI.

Em 2011, a monarquia wahhabita que governa a sunita Arábia Saudita decidiu desestabilizar a Síria governada pelo alauita (um ramo do xiismo) Bashar al-Assad, com o apoio do aliado americano e a anuência tácita de ingleses e franceses.
Em poucos meses, os protestos civis deram lugar à guerra. Em Agosto, al-Baghdadi começou a enviar elementos iraquianos e sírios do ISI para a Síria para aí estabelecerem uma organização. Liderados pelo sírio Abu Muhammad al-Julani, este grupo recrutou combatentes e estabeleceu células em todo o país. No início de 2012, o grupo anunciou a formação da Frente al-Nusra, uma força de combate que contou com o apoio da oposição ao governo de Assad, bem como de muitos muçulmanos radicalizados na Europa que foram atraídos para a Síria por uma "jihad" onde descobriam uma identidade estimulante.
Em Abril de 2013, al-Baghdadi anunciou a fusão entre o ISI e a Frente al-Nusra sob o nome "Estado Islâmico do Iraque e Levante", mais conhecido por "Estado Islâmico do Iraque e da Síria". O anúncio provocou-lhe divergências com al-Julani e o líder da al-Qaeda, al-Zawahiri, mas este último mandou cessar os ataques da Frente al-Nusra ao ISIS.

Em Junho de 2014, além do oeste iraquiano, o ISIS já controlava a maior parte do território sírio. Depois de conquistar a cidade iraquiana de Mossul, al-Baghdadi proclamou o califado e declarou-se califa, transformando-se no guia espiritual dos muçulmanos de todo o mundo.

Os Governos ocidentais, obcecados pela "Primavera árabe" e pelo derrube de ditadores, como Mubarak, Kadhafi ou Assad, permitiram ao Estado Islâmico o controle de partes do Iraque, da Síria, da Líbia e da África central. A capacidade de atracção de novos voluntários para as suas forças nos países ocidentais permite-lhe criar raízes para o futuro. O Estado Islâmico descreve a sua estratégia militar como a capacidade de se mover como uma serpente entre as rochas, ou seja, usa forças militares flexíveis que atacam alvos fáceis, nunca entrando em conflitos prolongados.

Financiamento

Para a guerra o EI precisa de dinheiro. Uma das fontes é o petróleo das refinarias que é vendido no mercado negro. As mais recentes estimativas dizem que o EI recebe mensalmente 40 milhões de dólares pela venda do petróleo dos campos que controla na Síria e Iraque.

Outra fonte de receitas são os donativos de milionários árabes que defendem a guerra santa contra os xiitas e o Ocidente. Além disso o EI apropriou-se do dinheiro dos bancos das zonas controladas, vendendo também muitas das obras de arte que saqueou em cidades históricas.

Nos últimos tempos, o EI conseguiu obter duas novas fontes de receitas: a circulação de refugiados, que têm de pagar uma taxa para emigrarem para a Europa, e os raptos de sírios ricos ou de ocidentais.
No caso dos refugiados que emigram para a Europa as receitas do EI terão ascendido a cerca de 100 milhões de euros. No regresso, os camiões que levam os refugiados voltam com contrabando que é vendido no mercado negro das áreas controladas.
Os reféns podem render politicamente, como sucedeu com os decapitados, ou economicamente, quando os Estados estrangeiros pagam o resgate. Sabe-se que os negociadores europeus pagam entre um e seis milhões de dólares pela libertação de cada refém. São perto de 70 milhões de dólares que entram nos cofres do EI que apresenta relatórios das suas actividades como se fosse uma empresa.

Em 2014, as receitas totais do EI terão rondado os 1,2 mil milhões de dólares. É com elas que pagam o armamento e também os salários dos "jihaddistas" europeus recrutados, sobretudo, através da Internet.




domingo, 15 de novembro de 2015

Noite de terror em Paris - III. Obama e Putin conversam sobre a Síria


Presidentes dos Estados Unidos e da Rússia conversaram, à margem da reunião do G20 na Turquia, sobre a guerra na Síria.

Obama e Putin, sentados frente a frente, num canto do hotel Regnum Carya, em Antalya, conversam sobre a guerra na Síria.


O tema da agenda da 10ª cimeira do G20 que vai decorrer este domingo e segunda-feira, em Antalya, na Turquia, era a discussão de medidas para travar a chegada à Europa de centenas de milhares de emigrantes oriundos de países africanos e asiáticos, a maioria em fuga da guerra na Síria mas também da violência no Iraque, Afeganistão, Paquistão e Eritreia.

Os ataques terroristas perpetrados pelo Estado Islâmico (EI) na sexta-feira em Paris acabaram, porém, por dominar as conversações.

De candeias às avessas desde a reintegração da Crimeia na Rússia, há quase dois anos, Barack Obama e Vladimir Putin estiveram a conversar 35 minutos, em privado, num diálogo considerado "construtivo" pelo lado americano.

"O Presidente Obama e o Presidente Putin concordaram com a necessidade de haver uma transição política liderada pelos sírios, que seria antecedida por negociações mediadas pelas Nações Unidas entre a oposição síria e o regime, para além de um cessar-fogo", disse um representante da delegação dos Estados Unidos.
Obama deixou de criticar a intervenção da Rússia na Síria, mas pretende que se cinja ao Estado Islâmico, sem atingir os outros grupos de rebeldes que lutam contra o exército sírio, apesar de poderem existir pontos de contacto entre o EI e outros rebeldes.

Por sua vez, o conselheiro Iuri Ushakov, que foi embaixador da Rússia em Washington entre 1999 e 2008, disse que "os objectivos estratégicos em relação ao combate contra o Estado Islâmico são, numa questão de princípios, muito similares, mas há diferenças na vertente táctica".

Depois dos ataques de Paris, Obama e Putin concordaram que "é ainda mais urgente" encontrar uma solução para a guerra na Síria que, em quatro anos e meio, já fez mais de 250 mil mortos e mais de 4 milhões de refugiados.

A aproximação entre os dois líderes é uma consequência da pressão exercida por Hollande sobre Obama, mas não deverá levar o presidente americano a reforçar o seu envolvimento na Síria para além dos ataques aéreos.

"Não acreditamos que as tropas americanas sejam a resposta para o problema", disse Ben Rhodes, um dos conselheiros de segurança nacional de Obama, referindo-se ao possível envio de soldados norte-americanos para a Síria.
"O envio de mais tropas americanas para entrar num combate em larga escala no Médio Oriente não é a melhor forma de lidar com este desafio", continuou Ben Rhodes, repetindo a política oficial da Casa Branca. Em vez disso, os ataques terroristas em Paris "podem servir para criar um maior sentimento de urgência na comunidade internacional para o apoio aos vários elementos da campanha anti-Estado Islâmico, e para uma solução diplomática no conflito sírio".



15/11/2015 - 21:18


*


A França efectuou hoje um raide aéreo sobre Raqqa, capital do Estado Islâmico no Norte da Síria, em que 10 caças franceses largaram 20 bombas. Contudo, enquanto não houver operações militares no solo para destruir os campos de treino e abater os terroristas, atentados como os de sexta-feira 13 de Novembro, em Paris, poderão repetir-se na Europa.

A conversa entre Obama e Putin à margem da cimeira do G20, em que concordaram na urgência de encontrar uma solução para a guerra na Síria, poderá ser um primeiro passo numa série de etapas que termine na coordenação de operações no solo para enfraquecerem o poder do EI.

Até esse objectivo ser atingido, os povos europeus continuam à mercê dos “safaris” dos terroristas, como diz o general Loureiro dos Santos:

16 Nov, 2015, 13:51

A incompatibilidade entre a mentalidade medieval da autocrática e riquíssima monarquia wahabita, aliada dos EUA, que governa a Arábia Saudita tendo o Corão como constituição e negando à população todos os direitos humanos, inclusive o direito de conduzir às mulheres, o que é caso único no mundo, e a visão ocidental de separação entre política e religião do ditador sírio Bashar al-Assad, aliado de Moscovo, constitui, porém, um obstáculo quase intransponível.


*


O G20 é o Grupo dos Vinte ministros das Finanças e governadores dos Bancos Centrais das maiores economias industrializadas — 19 países e a União Europeia — e foi criado em 1999 para discutir as questões-chave da economia global.


Europa: Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Rússia, União Europeia
América: Argentina, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, México
África: África do Sul
Ásia e Oceânia: Arábia Saudita, Austrália, China, Índia, Indonésia, Japão, República da Coreia, Turquia

Os chefes de governo, ou os chefes de Estado, passaram a participar nas cimeiras desde a crise financeira de 2008, sendo a União Europeia representada pelo Presidente do Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu.
As economias do G20 representam mais de 80% do PIB mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio dentro da UE) e dois terços da população mundial.


sábado, 14 de novembro de 2015

Noite de terror em Paris - II. A homenagem mundial


Do One World Trade Center, em Nova York, à Porta de Brandeburgo, em Berlim, muitos monumentos do mundo iluminaram-se com as cores da bandeira francesa após os atentados que atingiram Paris na sexta-feira, 13 de Novembro.


Le Monde.fr | 14.11.2015 à 19h47


A Torre de Belém, em Lisboa, juntou-se à homenagem.


Recolhimentos espontâneos aconteceram em todo o mundo como reacção aos ataques terroristas em Paris.
Várias centenas de pessoas cantaram A Marselhesa, o hino nacional francês, em Sydney (Austrália). Em Moscovo (Rússia), como em Seul (Coreia do Sul), flores, velas e mensagens de apoio foram depositadas diante das embaixadas da França. Em Bangkok (Tailândia), centenas de pessoas reuniram-se para homenagear as vítimas.

Le Monde.fr | 14.11.2015 à 18h52


Noite de terror em Paris - I. Os atentados


Ontem à noite ocorreram 6 atentados terroristas em Paris e Saint-Denis que provocaram 129 mortos e 352 feridos e levaram à declaração do estado de emergência nacional e ao restabelecimento do controle das fronteiras de França.




LE MONDE | 15.11.2015 à 19h51

Os atentados começaram na sexta-feira 13 de Novembro, pelas 21:20 (20:20 em Lisboa), e visaram o Estádio de França, em Saint-Denis, restaurantes, bares e a sala de concertos Bataclan, em Paris.


Atentado próximo do Estádio de França

No Estádio de França, em Saint-Denis, decorria um jogo de futebol amigável entre a França e a Alemanha. Pelas 21:20 ouviu-se uma explosão, seguida por outra alguns minutos mais tarde, ambas junto de portas do estádio. Haveria ainda uma terceira explosão às 21:53 a quatrocentos metros do recinto.
Os acessos ao estádio foram encerrados. No final do jogo, a multidão concentrou-se no relvado do campo. O presidente francês, François Hollande, que também estava a assistir ao jogo, foi imediatamente retirado do local.
Estes ataques terão vitimado 1 pessoa e os três terroristas provocaram as explosões detonando os cintos de explosivos.



Bar Le Carillon


Café Bonne Bière

Le Monde.fr | 13.11.2015 à 22h04

Pelas 21:25, no cruzamento da rue Bichat com a rue Alibert, o bar Le Carillon, assim como a esplanada do restaurante Le Petit Cambodge que fica em frente, foram alvo de um tiroteio que partiu de um carro Seat Leon de cor negra. Morreram 15 pessoas.

O carro seguiu para o cruzamento da rue Faubourg du Temple com a rue de la Fontaine-au-Roi onde os terroristas repetiram o tiroteio, agora sobre as pessoas que se encontravam no café Bonne Bière que procuraram refugiar-se debaixo das mesas. Eram 21:32. Fizeram mais 5 vítimas.

Às 21:36, os mesmos terroristas chegaram ao cruzamento da rue Faidherbe com a rue de Charonne. Aí abriram fogo sobre a esplanada cheia de clientes do restaurante La Belle Équipe. Mataram 19 pessoas.

Pouco depois, outro terrorista suicida detonou o seu cinto de explosivos na esplanada do café Comptoir Voltaire, no boulevard Voltaire, provocando vários feridos, um dos quais se encontra em estado grave.




Pelas 22h09, no cruzamento do Boulevard Voltaire com a Passage Saint-Pierre Amelot, o fotógrafo Patrick Zachmann filmou as primeiras trocas de tiros no Bataclan entre as forças de segurança e os terroristas.

Le Monde.fr | 14.11.2015 à 07h59

No momento do ataque terrorista no Bataclan, Daniel Psenny, jornalista do Le Monde, filmou a fuga dos espectadores pela saída de emergência da sala de concertos parisiense. Ler a história da mulher pendurada na janela aqui.

O ataque mais grave teve lugar no Bataclan, no boulevard Voltaire. Pelas 21:40, um grupo de quatro terroristas chegou num Volkswagen Polo negro e entrou de rosto descoberto nesta sala de espectáculos da capital francesa quando estava a decorrer um concerto da banda rock "Eagles of Death Metal" presenciado por cerca de 1500 espectadores. Muitos ficaram sequestrados e foram abatidos pelos terroristas que, armados com metralhadoras kalashnikov, disparavam indiscriminadamente. Um deles terá gritado "Tudo isto é culpa do vosso presidente!", aludindo à intervenção francesa na Síria e no Iraque.
O pânico instalou-se na sala. Alguns espectadores fugiram pelas traseiras, outros por uma abertura que dava para o telhado e um conseguiu publicar mensagens no Twitter pedindo ajuda. Quando a polícia assaltou o recinto, três dos terroristas fizeram detonar os coletes de explosivos e o quarto conseguiu fugir. Há a lamentar, pelo menos, 89 vítimas.

O Estado Islâmico já reivindicou a autoria dos ataques.

Numa declaração ao país, por volta da meia-noite (23:00 em Lisboa), o presidente francês disse que havia decidido decretar o estado de emergência nacional e restabelecer o controle das fronteiras.


*


O passaporte sírio encontrado pela polícia francesa no local de uma das explosões junto ao Estádio de França pertencia a um refugiado registado na ilha de Lesbos, Grécia, em Outubro, disse hoje um ministro grego.

14 Nov, 2015, 20:26

Entre aqueles refugiados — a larga maioria — que fogem da guerra na Síria e procuram uma vida melhor para as suas famílias na União Europeia, escondem-se os terroristas que não têm outra ambição que não seja destruir os povos europeus.

A partir dos massacres de sexta-feira 13 de Novembro em Paris deixou de ser possível iludirmos esta realidade. Se ouvirmos atentamente este extracto da conferência de imprensa do procurador da República de Paris, teremos de reconhecer que os serviços de informações, por melhor que seja a sua organização, serão sempre insuficientes:

14 Nov, 2015, 20:31

Os terroristas vivem no interior dos países europeus, querem destruir o modelo de vida e os valores éticos da nossa sociedade e estão dispostos a morrer para nos matarem. Subestimar a sua força poderá ser fatal.
Há que interiorizar este grave problema e procurar soluções — por exemplo, aceitar para líder da Síria uma personalidade educada no modelo de valores ocidentais, como é Bashar al-Assad, para pôr fim à guerra e reunificar o país. Antes que seja demasiado tarde.

Outras opiniões:

Anónimo
01:03
Na minha casa tenho porta e só entra quem quero... Façam o mesmo sendo Europa e deixem as caganças de fora, devia ter sido sempre assim.

Grunho
02:13
Isto é o preço do apoio da Europa à campanha dos imperialistas dos USA de saque do petróleo dos árabes, não tem nada a ver com rezas. E a nós o que nos vale é a nossa insignificância, porque senão já tínhamos aqui outra desgraça.

Aquiles
11:58
Eis os refugiados a cumprirem a sua missão ao invadirem a Europa! Uma vergonha para os dirigentes europeus que alinharam com a estratégia dos USA que financiam o EI para a guerra e fomentam a invasão europeia por muçulmanos assassinos.

DantasPt
12:02
Quando foram bombardear o Iraque, e aterrorizaram todo um país, onde morreram mais de 500 mil pessoas, sem nenhum motivo para o fazerem, assinaram uma declaração de guerra. Agora estamos a pagar essa guerra, que está a levar todo o mundo para conflitos globais que pode desencadear a mais mortífera guerra a nível mundial.
Ainda espero ver presos e mandados para o Iraque todos aqueles que invadiram o Iraque a fim de que o povo Iraquiano os julgue.

Anónimo
12:39
O EI é o resultado das "primaveras" árabes. Por cada ditador derrubado aparece um pior. A democracia ali não resulta.
Acontece que o EI tem pouco de Islâmico e fomenta o ódio contra uma cultura maioritariamente pacífica. Esse ódio criará mais fundamentalistas.

Miguel Santos @ Facebook
13:09
Venham mais muçulmanos, abram as fronteiras, cambada de mansos! Venham daí esses malditos defensores de muçulmanos! Sejam bem-vindos, refugiados muçulmanos que todos os dias chegam aos milhares! Estamos a ser invadidos e ainda os vamos buscar!

Adriano Coelho @ Facebook
14:39
À guerra terrorista responde-se com a aniquilação sem piedade destes grupos. Já é tempo de forças militares europeias fazerem uma limpeza nos países de origem destes terroristas. Sugiro que a NATO deixe de fazer exercícios no Alentejo e passe ao ataque dos locais onde estes criminosos se escondem.

Em tempo de guerra, suspendem-se as circulações
15:28
Continuem a tratar estes monstros com luvas e depois queixem-se.
Continuem a insistir na manutenção do chamado "Espaço Schengen" e na liberdade de movimentos, sem controlo, dentro da UE, e depois queixem-se.
Continuem a não filtrar as fronteiras, à entrada de criminosos, e depois queixem-se.

E agora? Que fazer? A guerra está a nossa porta
17:12
Muitos dos que comentam não fazem a mínima ideia do que é guerrilha e terrorismo. Os americanos, cheios de tecnologia e poder militar, foram corridos do Vietname e Iraque.
Querem Paz na Europa e no mundo? Não fomentem guerras para roubarem as riquezas dos outros.

“A FRANÇA ESTÁ A COLHER O FRUTO DO QUE SEMEOU”
19:51
Telefonou, há bocado para a SIC, uma enfermeira portuguesa, a trabalhar em França, há 4 anos, dizendo que os chamados "refugiados" chegam a França, não trabalham, têm casa grátis à espera, recebem subsídio, tudo isto pago pelos contribuintes, enquanto que ela tem a filha numa escola onde é a única criança de confissão cristã, onde se sente discriminada e aculturada, uma vez que todas as outras suas colegas de turma são filhas de famílias muçulmanas.
Acrescentou — e bem — que a França está a colher o fruto daquilo que semeou, ao abrir-se, sem controlo, à vaga muçulmana.

psi_fb
14 Novembro 2015 - 22:11
Na primeira noite eles aproximam-se
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam o nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.


Simões Álvaro @ Facebook
00:58
É lógico. Mas é preciso é actuar e deixarem-se de tretas e mesquinhices interesseiras. É tacar os criminosos com força e coragem, como faz Putin, e juntarem-se aos Curdos e outros que lutam com valentia no terreno, deixando a cobardia cá nos piegas da Europa e nas mariquices de alguns que não entendem. Proteger os inocentes e vítimas de cá.

uma coisa é certa
11:10
Não é prático, nem é razoável vivermos num Estado policial para podermos garantir a segurança devido a elementos radicais da religião islâmica que está enraizada na Idade Média enquanto o ocidente está no séc.XXI.
As comunidades islâmicas deviam colaborar com a polícia para evitar esta situação.


(actualizado)


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A crise política - II. Outra opinião


Uma outra opinião onde de fala de celtas, de gregos e... dos lusitanos:


"Um manual marxista-leninista para principiantes

Pedro Sousa Carvalho 13/11/2015 - 05:28

A austeridade não é uma mania da direita e o alívio da austeridade não é património da esquerda


O Governo de Passos Coelho e de Paulo Portas caiu esta semana. É inacreditável, dizem os descrentes. Os crentes, como Calvão da Silva, dirão que foi um "act of God". É a democracia a funcionar, dirão uns. É a ânsia de poder, dirão outros. A verdade é que o Governo caiu e, segundo Telmo Correia, “caiu de pé”. E esperemos, para o bem do país, que o novo não entre de cócoras. Para quem levou e deu tanta pancada já é um milagre não ter saído de gatas. Na hora da despedida, Passos Coelho merece que lhe seja feita uma pequena homenagem, nem que seja condicional: se é verdade que os socialistas vão acabar com toda a austeridade de uma assentada, e mesmo assim o défice não vai derrapar, é porque alguma coisa terá feito este Governo.

Nestes quatro anos de austeridade, muitos terão ficado pelo caminho e importa acudi-los. Algures, a meio do caminho, Passos Coelho deixou-se embevecer por uma retórica calvinista e por uma visão punitiva da austeridade. Mas o “que se lixem as eleições” do líder do PSD também foi importante num determinado momento da História deste país, em que tínhamos de escolher entre ser celtas ou ser gregos. Escolhemos ser celtas e conseguimos equilibrar as nossas contas públicas e evitar um segundo resgate. Mas, como bons lusitanos que somos, vemo-nos agora gregos para prosseguir o caminho dos celtas.

Há alguns mitos que temos de deixar pelo caminho de uma vez por todas: um deles é que a disciplina orçamental é incompatível com o crescimento. A Irlanda, que também passou por um ajustamento agressivo parecido com o nosso, cresceu 5% no ano passado e este ano voltará a crescer 6%. A Grécia, segundo a Comissão Europeia, vai continuar em recessão. O outro mito que importa desmontar é que a austeridade é uma mania da direita e que o alívio da austeridade é património da esquerda.

Com o que Passos Coelho não contava na sua caminhada é que António Costa, depois de ser derrotado a 4 de Outubro, utilizasse a sua máxima do “que se lixem as eleições” para lhe roubar o poder. Agora, ao que tudo indica, vamos ter um governo do PS com o apoio do PCP, Bloco e Verdes, que esta semana assinaram acordos de governação. Chamar àquelas folhas acordos é um manifesto exagero, porque os documentos não têm ponta por onde se lhe pegue, nem na forma nem no conteúdo. Os comunistas, que aprovaram o acordo por uma “unanimidade informal” (seja lá o que isso quer dizer), nem sequer esconderam o embaraço. Não quiseram aparecer na fotografia de família da esquerda, e o Comité Central do PCP enviou instruções específicas aos socialistas para que a cerimónia protocolar fosse organizada de uma forma “sequencial com momentos individualizados” (seja lá o que isso quer dizer). A direcção do PS terá tido bastante dificuldade em descodificar a mensagem. Um destes dias vai precisar de comprar um manual marxista-leninista para principiantes para continuar o diálogo com os comunistas.

A cerimónia lá se fez à porta fechada, imaginamos “sequencial” e “com momentos individualizados”, só com um fotógrafo oficial para registar o episódio que é, sem dúvida, histórico. Manuel Alegre terá derramado uma lágrima e Cavaco Silva terá chorado baba e ranho. Para quem pediu tanto e teve tão pouco, é caso para ficar agastado.

O acordo que a esquerda vai mostrar a Belém está a milhas de garantir o tal governo estável, consistente e duradouro pedido pelo Presidente da República. O PCP e o Bloco não vão para o governo, o que é um sinal de instabilidade. O acordo nem sequer faz uma referência ao de leve aos tratados europeus, o que é um sinal de inconsistência. E não dá a António Costa a garantia de que pelo menos um único Orçamento seja aprovado, o que é um sinal de pouca durabilidade.

Quando há uma semana Cavaco Silva exigiu que o Governo respeitasse o PEC, o "Six Pack" ou o "Two Pack", não estava a falar de rappers ou de bandas de heavy metal; estava a falar de compromissos internacionais com os quais Portugal se comprometeu e que este acordo à esquerda dá poucas garantias de vir a honrar. O PCP e o Bloco dão suporte ao Governo para o alívio da austeridade (e mesmo aqui não se entendem sobre o ritmo de reposição dos cortes ou da descida da sobretaxa de IRS), mas não dão respaldo nenhum caso seja necessário apertar o cinto. Nesse caso, como é que se equilibram as contas públicas? Pode ser que o tal manual marxista-leninista para principiantes tenha lá a explicação.

Eventualmente, António Costa estará a contar com a boa vontade do PSD e CDS-PP para essas alturas de aperto, mas esta semana Paulo Portas foi cristalino: “Não venha depois pedir socorro.” O vice-primeiro-ministro em gestão, no dia em que o seu Governo foi derrubado, veio mostrar-se contra aquilo que chama “bebedeira de medidas” à esquerda, alertando que “as bebedeiras têm um só problema: chama-se ressaca”. Portas fala do acordo à esquerda como se estivesse a falar de uma Cuba Libre que mistura a Coca-Cola dos socialistas com o rum dos comunistas. E já ficou claro que a direita não será uma espécie de Guronsan político de António Costa.

Perante tudo isso, o que deve fazer Cavaco Silva? Não sei."


*


A coligação PSD/CDS apresentou-se aos eleitores em 4 de Outubro com um programa eleitoral que mereceu 107 deputados, ficando apenas a 9 deputados da maioria absoluta.
António Costa também se candidatou com um programa mas recebeu apenas 86 deputados. Agora alterou profundamente esse programa para satisfazer as exigências do BE e do PCP.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, também foi obrigado a fazer alterações profundas no seu programa eleitoral mas teve a hombridade de permitir que os gregos se pronunciassem em eleições sobre o novo programa antes de começar a aplicá-lo.

Não será essa, porém, a atitude de Costa que já recusou uma alteração dos prazos constitucionais para que os portugueses possam sufragar o novo programa socialista. Ou seja, quer enganar os eleitores que votaram no PS.

No meio desta trapalhada que vai fazer Cavaco Silva? Não sei, mas penso que devia aguardar que os portugueses se pronunciem nas eleições presidenciais de Janeiro de 2016.

Outras opiniões:


Luis Marques
Javali profissional, Manchester 13/11/2015 08:33
A disciplina orçamental é a base mais sólida possível para o crescimento. Coloquem os olhos na Suécia ou na Finlândia. Vejam os países que estão melhores que nós e analisem os últimos 20 anos das suas finanças públicas. Portugal nunca vai sair da liga dos últimos da Zona Euro enquanto os portugueses continuarem a dar ouvidos a loucos que acham que ter défice é natural e saudável. Não é. Nunca foi. Nunca será.
Ter défice pode ser quanto muito uma excepção (e mesmo assim défices pequenos), nunca a normalidade. Enquanto não metermos isso na cabeça andaremos sempre de crise em crise. Mas aparentemente é disso que gostamos. 1 ou 2 anos de alívio artificial para 3 ou 4 de ressaca. Quem nunca aprende, nunca evolui.
  • martins.ruijorge
    13/11/2015 09:17
    Quem é que teve o deficit orçamental a subir 6% no primeiro semestre de 2015? Quem foi? Olha... Foram os Estados Unidos... E quem é que por via do crescimento do emprego o tinha diminuído no segundo semestre de 2014? Pois é, mais uma vez os EUA, esses despesistas crónicos, cripto comunistas certamente...
  • Luis Marques
    Javali profissional, Manchester 13/11/2015 09:30
    Os Estados Unidos foram integrados na Europa nos últimos meses e ninguém me disse nada?
  • OldVic
    13/11/2015 09:44
    Gaste algum tempo a comparar a eficácia produtiva, a capacidade de inovação e a rapidez de resposta das economias americana e portuguesa para ver se faz sentido comparar alguns meses de finanças públicas dos 2 países.
  • Pedro
    13/11/2015 10:47
    A regra mencionada pelo Luis, nem é regra, é uma LEI. Tem sido assim há milénios, ou seja desde que existe civilizações. Infelizmente aqui a memória sobre história é curta.
  • martins.ruijorge
    13/11/2015 23:04
    OldVic, quando estamos a falar de eficácia produtiva, capacidade de inovação e rapidez de resposta da economia nos EUA, estamos a falar de Detroit?
  • JDF
    14/11/2015 00:18
    Caro Luís Marques,
    Concordando com praticamente tudo o que escreveu, a realidade é que ter défice é uma parte dos estados, democráticos, capitalistas, republicanos... Até a China, a fábrica do planeta Terra, tem défice. Saudável não é, mas é parte existente e não-eliminável. Lutar pela dimensão de défices, será caminho. Lutar pela erradicação, estamos, na minha humilde opinião, a olhar para o lado errado. Défices e PIBs andam sempre de avessas, sempre! Défice é consequência de várias coisas. PIB é acção a haver riqueza. Na acção está a resolução de problemas e não na constatação do problema. Se tivermos PIB, sem o estoirar por más políticas, veremos como fica o défice. Nos tempos áureos de 2002 a 2008, ninguém ligava porcaria ao défice. Sabe porquê? "Havia dinheiro nessa altura."
  • OldVic
    16/11/2015 08:46
    Detroit é uma pequena parte dos EUA, Rui. Para si um sistema económico só é bom se nunca tiver crises? Nesse caso, tem que escolher a teoria dos regimes totalitários (mas só a teoria).

martins.ruijorge
13/11/2015 09:13
Cavaco é (devia ser) um garante da constituição e não um garante dos tratados orçamentais (como é) portanto, de acordo com o juramento que fez e as suas competências, não deve apreciar acordo nenhum, programa nenhum. Essas são funções da AR. Cavaco deve dar posse ao governo do PS já que apresenta uma maioria parlamentar que o suporta. A partir daí a bola passa para o Parlamento, a casa da democracia, da qual o presidente não é tutelar.
  • OldVic
    13/11/2015 09:41
    A partir do momento em que são assumidos pelo país, os tratados são tão constitucionais e respeitáveis como a constituição.
    Artigo 8.º da CRP
    "2. As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português."
    Além disso, o papel principal do PR é garantir o “regular funcionamento das instituições democráticas”, e para isso o governo que lhe for proposto por Costa tem que ser minimamente parecido com uma instituição democrática.
  • Luis Simões
    13/11/2015 14:12
    "não deve apreciar acordo nenhum, programa nenhum. Essas são funções da AR. Cavaco deve dar posse ao governo do PS já que apresenta uma maioria parlamentar que o suporta. A partir daí a bola passa para o Parlamento, a casa da democracia, da qual o presidente não é tutelar." É mesmo isso Rui...
  • JP
    13/11/2015 14:26
    Continua a falar-se da Constituição como se a Constituição fosse uma espécie de pedra basilar. A Constituição é uma lei e as leis, como se costuma dizer, não se escrevem em pedra. A CRP que temos actualmente é uma versão praticamente inalterada da que foi feita no pós-revolução, com nuances anti-democráticas e dignas de regime soviético. Além de que a ambiguidade ou o significado pouco claro de certos artigos é apenas mais um factor de instabilidade e fardo burocrático na máquina do Estado, já de si perra. A única razão que há para falar da CRP é para relembrar a necessidade e urgência de uma revisão constitucional profunda.
  • JDF
    13/11/2015 19:03
    Caro Martins Jorge,
    Concordo com a sua primeira frase. Mas certamente que não é ingénuo a supor que há constituição, se não houver país à volta dela. E esse país vive de mercados e empréstimos. É o que é. Nem sempre é bom, nem sempre é mau.
    Pergunto-lhe hipoteticamente: ao comprar o seu carro ou casa, pagou a pronto ou pediu empréstimo? Se foi empréstimo, sabe como é que esse dinheiro se "cria" não sabe? (Esta é a parte dos tratados orçamentais) Não aplicou os correctos ensinamentos dos mais velhos de nunca pedir fiado e pagar sempre o que deve. (Esta é a parte da constituição. Está ver o meu ponto?) Que vá o PS para o governo. Que governe é bem. Agora a brincadeira de "coligarem" pós-eleições e moção de rejeição já custou milhares de milhões na bolsa. Pago eu... e você!


A crise política - I. A crise de 1987 e a actual


Uma opinião sobre a crise política de 1987 da autoria de um dos deputados do Partido Renovador Democrático (PRD) que, como é relatado no texto, foi o partido que a desencadeou:


"A verdadeira história da posição de Soares na queda do primeiro Governo de Cavaco

José Carlos de Vasconcelos 13/11/2015 - 05:36

Com essa decisão [marcar eleições], Mário Soares foi sem dúvida, factualmente, o principal “obreiro” da posterior carreira política de Cavaco Silva, que, aliás, o apoiaria – o PSD apoiaria – na sua reeleição.


Por estes dias, a propósito da indigitação ou não pelo Presidente da República do líder do PS para formar governo, sustentado por um acordo formal com os partidos à sua esquerda, tem-se falado muito do que Mário Soares (M.S.) fez, em 1987, enquanto Presidente da República, após o primeiro executivo de Cavaco Silva haver sido derrubado por uma moção de censura apresentada pelo PRD e aprovada com os votos do PS e do PCP. A intenção é, caído Passos Coelho, invocar a existência de um antecedente para “legitimar” uma eventual recusa de Cavaco Silva indigitar António Costa como primeiro-ministro, apesar de o PS ter formalizado com BE, PCP e PEV acordos que garantem uma maioria viabilizadora do seu governo.

Ora, esse antecedente não existe, pois não é exato que tenha sido apresentado a M.S. um acordo nos termos do qual o PRD apoiaria e o PCP deixaria passar um governo do PS, chefiado pelo seu então secretário-geral Vítor Constâncio. A verdade é outra e para se compreender o que ocorreu torna-se necessário ir um pouco atrás. Foi o PRD que, pela abstenção, viabilizou em 1985 o Governo PSD, de Cavaco Silva – que teve apenas 28% dos votos, seguindo-se o PS com 20% e o PRD com 18%. Viabilizou-o não exigindo, mais: não querendo (e tive nisso influência talvez decisiva) integrá-lo; e explicando que a sua posição seria de inteira independência crítica face a ele, mantendo um diálogo com todos os partidos, do CDS ao PCP – este então colocado numa espécie de “gueto” para nós inadmissível.

Dado o que entendemos serem então (aliados a certa arrogância) crescentes erros e deficiências do Governo, face às excecionais condições favoráveis no país (o excelente economista e deputado do PRD Silva Lopes demonstrou serem as melhores desde o tempo do oiro do Brasil), foram-se assumindo em relação a ele, Governo, posições cada vez mais críticas, que culminaram com a apresentação de uma interpelação e, depois, da moção de censura – que Soares fez o possível para o PS não aprovar. Mas que o PS aprovou. A declaração política que então fiz, em nome do PRD, mereceu, aliás, o apoio da generalidade da bancada socialista. E uma das coisas que nela disse é que assumíamos a inteira responsabilidade pela moção de censura, mas não assumíamos nenhuma responsabilidade pelas consequências de não se criar depois uma alternativa de governo. Deixámos claro que contribuiríamos para tal alternativa apoiando um governo do PS. De novo não para integrá-lo, apenas com a condição de serem aprovadas medidas e garantidas práticas visando a moralização e democratização políticas, pela quais lutávamos.

Abreviando, a direção do PS aceitou. E o PCP, com quem tínhamos as boas relações que a meu ver se impõem entre todos os partidos, mostrou-se disponível para viabilizar tal governo. Foi a essa possibilidade, transmitida ao Presidente, que ele se mostrou desfavorável. A posição de M.S. foi, no entanto, no essencial, esta: se lhe fosse apresentado formalmente um acordo garantindo a passagem do governo no Parlamento, ele indigitaria Constâncio para o formar – só que diria aos portugueses que o fazia apenas por imperativo constitucional e das boas regras democráticas, mas distanciando-se da solução encontrada.

Face a isto, Constâncio, que não tinha na coragem política uma das suas qualidades, desistiu. Assim, nunca se chegou a formalizar qualquer acordo e nunca foi apresentada ao Presidente uma proposta que ele tivesse recusado (pelo contrário, disse, como se viu, que, embora contrariado, teria de a aceitar). E o Presidente marcou eleições, que toda a gente sabia dariam a maioria absoluta ao PSD e a Cavaco, dadas as referidas condições de que beneficiara, com a consequente melhoria de vida dos portugueses.

Com essa decisão, M.S. foi sem dúvida, factualmente, o principal “obreiro” da posterior carreira política de Cavaco Silva, que, aliás, o apoiaria – o PSD apoiaria – na sua reeleição. Mais, o meu querido amigo Mário Soares (com quem várias vezes, no entanto, estive em profunda discordância política) com essa decisão propiciou mais duas coisas, que seguramente então lhe agradaram muito: 1) o desabar do PRD, contra o qual sempre foi, até porque considerava Ramalho Eanes o seu principal inimigo político; 2) a demissão da liderança do PS de Constâncio – que nela o substituiu e lhe fez críticas que nunca esqueceu.

Já agora, também por ser atual, quanto à eleição para presidente da Assembleia da República de um deputado não pertencente à maior bancada, revelo ou recordo que se é certo que em 1985 o presidente eleito era do PSD, não é menos certo que não foi o PSD quem o escolheu. De facto, o PSD queria que o presidente fosse Amândio de Azevedo, enquanto o PS propunha Tito de Morais. O PRD, porém, recusou Amândio e comunicou ao PSD que só elegeria Fernando Amaral, pela qualidade da forma como desempenhou o cargo na anterior legislatura. E foi só por isso que o PSD o propôs. Fernando Amaral, eleito, sempre correspondeu à nossa expectativa, presidindo à câmara com independência e dignidade. De tal modo que na legislatura seguinte, a da primeira maioria de Cavaco, já lá não estava...

Director do Jornal de Letras"


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Um comentário pertinente:

Antonio
13/11/2015 22:43
Então... segundo as suas próprias palavras, conseguiu extinguir o seu partido, dar a primeira maioria absoluta de sempre a outro, fugir a toda e qualquer responsabilidade de governar fosse com o PSD ou o PS, ajudar a uma década de poder aos seus dois maiores inimigos (Soares e Cavaco) e ainda atirar com Constâncio de volta para o Banco de Portugal onde veio a fazer o belíssimo trabalho de supervisão do BPP e BPN que todos conhecemos. Bom trabalho. Dada toda essa competência política, é suposto ouvirmos a sua opinião sobre o que qual será a melhor solução para este momento tão complicado?